O circo de horrores de Eduardo Cunha
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio
do Kotscho:
"A situação está ficando psico escalafobética", constata o filósofo José
Simão, mais sério analista político do país. Está ficando, não, já ficou, meu
caro Simão, como você pode constatar ao ver as imagens desta quarta-feira na
Câmara, com as cenas dos bate-paus do deputado Paulinho da Força, um dos
generais da banda do presidente Eduardo Cunha, baixando as calças diante das
excelências que votavam mais um pedaço do ajuste fiscal.
Peço até desculpas aos nobres profissionais do picadeiro, por chamar de circo este espetáculo deprimente montado em Brasília, que está atingindo um nível inédito de degradação dos nossos costumes políticos.
As votações de ontem mostraram que não temos mais partidos políticos, situação e oposição, esquerda e direita, virou tudo uma mixórdia só. De um lado, importantes líderes do PT, como o deputado Vicentinho, votaram contra o governo; de outro, o PSDB votou em bloco a favor de mudanças no fator previdenciário das aposentadorias, criado no governo de Fernando Henrique Cardoso. Pairando acima de tudo, pontifica a bancada suprapartidária do baixo clero comandado por Eduardo Cunha.
Nada tem de engraçado este circo, apesar das cenas de pastelão protagonizadas por parlamentares e a tropa de choque da Força Sindical, cada vez mais ousada e inimputável na sua tarefa de desmoralizar de vez o Congresso Nacional, diante da atitude passiva de quem deveria zelar pelo respeito às instituições.
O pacote do ajuste fiscal amarrado pelo ministro Joaquim Levy está sendo retalhado a cada nova sessão de votação, diante da total ausência de articulação política do governo, agora entregue ao vice Michel Temer. A esta altura do campeonato, já nem sei o que está valendo ou não, mas é certo que o que sobrar do pacote não será suficiente para tirar o país do buraco das contas públicas.
O pior, no entanto, ainda está por vir. Sempre dá para piorar, como demonstram as últimas iniciativas de Eduardo Cunha, a começar pelo monstrengo de projeto de reforma política cevada por uma comissão especial montada à sua imagem e semelhança, que obedece unicamente ao seu comando.
Trata-se de uma reforma de fancaria para deixar tudo como está, mantendo o que o sistema político brasileiro tem de pior, como o financiamento privado de campanhas, e introduzindo algumas jabuticabas novas apenas para eternizar o poder dos grupos de interesse que já mandam na Câmara. Vai tudo ser aprovado, claro, sem emendas.
Só isso não basta. Aliado ao presidente do Senado, Renan Calheiros, também ele investigado pela Operação Lava Jato, Cunha quer aprovar emendas que permitam a reeleição da dupla na presidência das duas Casas do Congresso, na mesma legislatura, o que atualmente é vedado e, ao mesmo tempo, impedir a recondução ao cargo do procurador geral da República, Rodrigo Janot, já decidida pela presidente Dilma Rousseff.
Pensando bem, meu caro colega José Simão, isto está ficando mais para casa dos horrores do que circo de cavalinhos, com engolidores de fogo ameaçando queimar a lona da democracia.
E vamos que vamos. Para onde?
Peço até desculpas aos nobres profissionais do picadeiro, por chamar de circo este espetáculo deprimente montado em Brasília, que está atingindo um nível inédito de degradação dos nossos costumes políticos.
As votações de ontem mostraram que não temos mais partidos políticos, situação e oposição, esquerda e direita, virou tudo uma mixórdia só. De um lado, importantes líderes do PT, como o deputado Vicentinho, votaram contra o governo; de outro, o PSDB votou em bloco a favor de mudanças no fator previdenciário das aposentadorias, criado no governo de Fernando Henrique Cardoso. Pairando acima de tudo, pontifica a bancada suprapartidária do baixo clero comandado por Eduardo Cunha.
Nada tem de engraçado este circo, apesar das cenas de pastelão protagonizadas por parlamentares e a tropa de choque da Força Sindical, cada vez mais ousada e inimputável na sua tarefa de desmoralizar de vez o Congresso Nacional, diante da atitude passiva de quem deveria zelar pelo respeito às instituições.
O pacote do ajuste fiscal amarrado pelo ministro Joaquim Levy está sendo retalhado a cada nova sessão de votação, diante da total ausência de articulação política do governo, agora entregue ao vice Michel Temer. A esta altura do campeonato, já nem sei o que está valendo ou não, mas é certo que o que sobrar do pacote não será suficiente para tirar o país do buraco das contas públicas.
O pior, no entanto, ainda está por vir. Sempre dá para piorar, como demonstram as últimas iniciativas de Eduardo Cunha, a começar pelo monstrengo de projeto de reforma política cevada por uma comissão especial montada à sua imagem e semelhança, que obedece unicamente ao seu comando.
Trata-se de uma reforma de fancaria para deixar tudo como está, mantendo o que o sistema político brasileiro tem de pior, como o financiamento privado de campanhas, e introduzindo algumas jabuticabas novas apenas para eternizar o poder dos grupos de interesse que já mandam na Câmara. Vai tudo ser aprovado, claro, sem emendas.
Só isso não basta. Aliado ao presidente do Senado, Renan Calheiros, também ele investigado pela Operação Lava Jato, Cunha quer aprovar emendas que permitam a reeleição da dupla na presidência das duas Casas do Congresso, na mesma legislatura, o que atualmente é vedado e, ao mesmo tempo, impedir a recondução ao cargo do procurador geral da República, Rodrigo Janot, já decidida pela presidente Dilma Rousseff.
Pensando bem, meu caro colega José Simão, isto está ficando mais para casa dos horrores do que circo de cavalinhos, com engolidores de fogo ameaçando queimar a lona da democracia.
E vamos que vamos. Para onde?
Postado por Miro
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