EUA aliviam sanções, mas cerco a Cuba continua, diz Granma.
O jornal oficial cubano Granma qualificou, nesta segunda-feira, a decisão do Congresso dos Estados Unidos de alterar algumas medidas em relação à Cuba como um "primeiro revés" dos inimigos do país em Washington. Mas ressaltou que as emendas "não modificam" o bloqueio.
O texto detalha as cláusulas aprovadas no início deste mês, que alteram restrições aplicadas desde 2005 pelo governo do ex-presidente George W. Bush. Segundo o Granma, "embora as emendas aprovadas representem um primeiro revés para a máfia anticubana e seus representantes no Congresso, na prática não modificam o cerco que sucessivas administrações nos EUA têm mantido contra o povo cubano".
"Estas medidas não restituem o direito dos cubanos residentes nos Estados Unidos de viajar livremente a Cuba, nem contemplam o direito dos cidadãos norte-americanos a visitar a ilha vizinha", afirma o jornal.
As novas emendas apenas flexibilizam as viagens, pois permitem aos cubanos residentes nos Estados Unidos visitarem o país natal uma vez ao ano, em oposição ao prazo de três anos definido por Bush. Além disso, aumentam os gastos que essas pessoas podem fazer em Cuba.
O jornal também recordou que as medidas "haviam sido apresentadas sem sucesso em sessões anteriores do Congresso, onde legisladores cubanos, vinculados à máfia de Miami e à administração Bush, conseguiram bloqueá-las".
"Gesto minúsculo" dos EUA
O vice-ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro cubano, Ricardo Guerrero, já tinha afirmado, na semana passada, que o alívio do embargo à ilha, incluído na lei de orçamento dos Estados Unidos, era um "gesto minúsculo". Na ocasião, acrescentou que Havana espera "novas medidas" e um "gesto superior".
"Esperamos um gesto a mais, um gesto superior e um gesto de diálogo, como propôs nosso general presidente, Raúl Castro", disse a jornalistas o ministro, primeiro funcionário cubano a fazer referência ao tema.
O vice-ministro acrescentou que Havana espera "que venham novas medidas, porque o fundamental é que se levante o injusto embargo" que os Estados Unidos aplicam contra a ilha desde 1962.
Segundo Guerrero, a decisão do presidente americano, Barack Obama, de reduzir as restrições aos cubano-americanos para viajar à ilha era algo "absolutamente indispensável", pois as normas vigentes eram "discriminatórias", "injustas" e "tendiam a separar a família cubana".
A nova lei orçamentária americana, assinada há duas semanas por Obama, inclui medidas que flexibilizam as regulações para viajar e enviar medicamentos e alimentos a Cuba.
Guerrero lembrou que o comércio com os Estados Unidos ainda é "unidirecional", porque Cuba pode "comprar com muitas condições, com muitas restrições", mas não pode exportar ao país.
Fonte:Site O Vermelho.
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