PF: Partidos fariam caixa com Fiesp e construtora.
Luiz Guarnieri/Futura Press.
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira quatro diretores e duas secretárias da construtora Camargo Corrêa, suspeitos de crimes financeiros e ...
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira quatro diretores e duas secretárias da construtora Camargo Corrêa, suspeitos de crimes financeiros e lavagem de dinheiro
Aloisio Milani e Marcela Rocha
A Operação Castelo de Areia, deflagrada nesta quarta-feira, 25, pela Polícia Federal em São Paulo e no Rio de Janeiro, segue o rastro de crimes financeiros, lavagem de dinheiro e doação ilegal para partidos políticos. Empresários ligados à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) seriam, segundo fontes da investigação, intermediários de repasses ilegais feitos pela construtora Camargo Corrêa a "partidos políticos de grande expressão".
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A fonte de recursos seria a construtora Camargo Corrêa, responsável por grandes obras de infra-estrutura em todo o Brasil e que participa das maiores licitações públicas do setor. A operação investiga indícios e provas colhidas "muito recentes", a maioria obtidas a partir de escutas telefônicas.
Foram cumpridos cerca de 10 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. A operação promete mais prisões. Em breve.
A investigação está sob a responsabilidade da procuradora da República do Ministério Público Federal (MPF) Karen Louise Jeanette Kahn e a operação foi autorizada pelo juiz federal Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo.
As transações ilegais tinham origem nas operações de dólar-cabo, sistema paralelo de remessas de recursos muito procurado no Brasil por doleiros para a lavagem de dinheiro. Ou seja, fora dos canais de conversão autorizados pelo Banco Central.
Os recursos seriam enviados pela construtora para "alguns empresários", inclusive alguns com atuação na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), e que repassariam os valores para "grandes partidos políticos".
Embora ainda não identificados, os partidos são descritos por fontes da investigação, como "partidos políticos de expressão". A assessoria de imprensa da Fiesp foi procurada no início da tarde, mas ainda não havia se pronunciado sobre a operação.
Na decisão do juiz Fausto De Sanctis, da Sexta Vara Federal em São Paulo, são citadas pessoas (empresários) "eventualmente vinculadas à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP".
Em nota oficial, a Polícia Federal anunciou que a operação investiga evasão de divisas, operação de instituição financeira sem a competente autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude a licitações, os quais somados podem chegar a 27 anos de prisão.
Em nota, a Fiesp afirma que "A Fiesp não se envolve, de maneira alguma, em eventuais relações entre empresas do setor que representa e partidos políticos, ou candidatos deles".
Leia a nota da Fiesp:
Com ética e absoluto respeito à liberdade de imprensa - valores que pautam o trabalho da área de Comunicação Corporativa desta Casa -, escrevemos a Terra Magazine.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) é uma entidade apolítica, independente, voltada aos interesses coletivos da indústria paulista e da sociedade brasileira. A Fiesp não se envolve, de maneira alguma, em eventuais relações entre empresas do setor que representa e partidos políticos, ou candidatos deles.
A Fiesp, com seus 131 sindicatos afiliados, representa cerca de 130 mil empresas da indústria. Conta com cerca de seis mil empresários que atuam, voluntariamente, em seus quadros em todo o estado de São Paulo, sendo 1.256 diretores em diversas áreas.
A Fiesp não teme qualquer investigação, acompanha os fatos com o mesmo interesse da sociedade e está confiante no trabalho da Justiça.
Tomamos a liberdade de lembrar que, em nenhum momento da entrevista coletiva concedida hoje à tarde pela Polícia Federal, o nome da Fiesp foi mencionado.
Fonte:Terra Magazine
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