Mais de 150 organizações convocaram a primeira manifestação que desafia o G-20 reunido em Londres a "dar prioridade às pessoas". Os líderes dos governos presentes na cimeira só reúnem na quarta-feira, mas este sábado cerca de 40 mil pessoas saíram à rua para mostrar o seu desagrado face às políticas que levaram à crise que o mundo atravessa. A manifestação ocorreu em simultâneo noutras cidades na Alemanha e em França.
A marcha convocada pela aliança "Put People First" reuniu centrais sindicais, ONG's e associações humanitárias e ambientalistas. A crítica ao capitalismo foi o tema de boa parte das pancartas dos milhares de manifestantes, animados ao som de fanfarras, apitos e aparelhagens sonoras, e expressando o descontentamento sempre numa atmosfera festiva a caminho do comício no Hyde Park.
O secretário-geral do Trades Union Congress, que representa a maioria dos trabalhadores no país, sublinhou o facto de ser a primeira vez que se consegue unir tantas organizações com o mesmo objectivo de se fazer ouvir junto dos líderes dos países mais ricos. "As velhas ideias que defendiam os mercados desregulados não funcionam e trouxeram o mundo à beira do colapso, falharam no combate à pobreza e pouco fizeram para mudarmos para uma economia de baixas emissões de carbono", disse Brendan Barber.
As expectativas dos organizadores era de uma afluência de 20 mil pessoas, devido ao mau tempo, mas foram ultrapassadas em muito. A polícia londrina calculou 35 mil manifestantes e o noticiário televisivo da BBC falou em 40 mil pessoas. O combate à pobreza e ao aquecimento global juntou os activistas da Greenpeace ao bispo de Londres no mesmo protesto.
Também em Berlim, uma manifestação de protesto com as políticas do G-20 juntou dez mil manifestantes, diz a agência Reuters, que cita fontes policiais para dar conta de um número semelhante na capital financeira do país, Frankfurt. Também em Paris, o dia internacional de mobilização face ao G20 juntou centenas de pessoas na Praça da Bolsa com o objectivo de desmantelar um paraíso fiscal. Uma ilha miniatura, com muita areia, palmeiras e um cofre, foi o símbolo dos locais por onde circula metade do comércio e das transações financeiras de todo o mundo. A acção contra os off-shores e a fraude fiscal foi convocada pelo Centro de Investigação e Informação para o Desenvolvimento.
A próxima semana vai ser marcada pela continuação dos protestos na capital inglesa, à medida que se aproxima o dia da chegada dos governantes. Estão previstas acções para o coração financeiro de Londres, mas também junto à embaixada norte-americana e ao Banco de Inglaterra.
Fonte:Esquerda.net
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