Justiça argentina bloqueia bens de ex-presidente Carlos Menem
Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil
Menem também responde a outros processos na Justiça argentina
A Justiça Federal argentina declarou, nesta segunda-feira, o bloqueio de 200 milhões de pesos (cerca de R$ 123 milhões) em bens do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), como parte de um processo por administração fraudulenta.
Menem é acusado de ter cometido irregularidades na concessão de espaço radiofônico à companhia francesa Thales Spectrum da Argentina (TSA), durante seu mandato.
O chamado "espaço radiofônico" incluía concessões para atuar nos setores de telefonia celular, canais de televisão e emissoras de rádio.
A notícia foi divulgada pelos jornais Clarin e La Nación, em suas edições online.
O contrato do governo com a empresa foi assinado no penúltimo ano do segundo mandato de Menem, em 1998, e duraria até 2012.
O acordo, no entanto, foi anulado em 2005, durante gestão do ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007). Na ocasião, a Auditoria Geral da Nação estimou que o Estado teria prejuízos de cerca de US$ 300 milhões se o contrato continuasse em vigor.
Processos
Integrantes do governo de Menem já haviam sido processados pelo caso no final do ano passado, e já era esperado que o mesmo acontecesse com o ex-presidente.
A decisão de processar Menem foi do juiz federal Norberto Oyarbide, que o acusou de "administração infiel".
Atualmente, Menem é senador e faz parte da oposição à presidente Cristina Kirchner.
O ex-presidente já responde a outros processos na Justiça, como em um caso de suposto contrabando de armas para o Equador e a Croácia.
Menem também está sendo processado por "criar obstáculos" às investigações sobre o atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que deixou 85 mortos em 1994.
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