Do blog Cidadania.com
Nas manifestações que aconteceram nesta sexta-feira [10 de julho de 2009] na capital hondurenha, Tegucigalpa, tornou-se pública uma verdade pouco tratada pelos meios de comunicação nacionais e internacionais, porém muito conhecida pela população hondurenha: uma tentativa de Roberto Micheletti de mudar a Constituição de Honduras.
Através de movimentos sociais, organizações populares, professores, líderes sindicais e o povo em geral, depois de exigirem a restituição do presidente legítimo e constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, os manifestantes denunciaram publicamente a tentativa ensaiada pelo promotor do golpe de Estado, Roberto Micheletti.
Em 1985, Micheletti tentou converter o Congresso Nacional hondurenho em uma Assembléia Nacional Constituinte para reformar a Carta Magna que atualmente defendem os golpistas.
Enquanto deputados e políticos acusam hoje Manuel Zelaya de tentar consolidar um projeto constinuista ao tentar mudar a Magna Lei hondurenha, quando o que tentou fazer foi uma consulta popular não vinculante, Micheletti, sim, é que tentou fazê-lo 24 anos atrás.
A proposta de Zelaya difere muito do que passou em 1985, quando o então deputado Roberto Micheletti (que é parlamentar há 28 anos) convocou uma Constituinte para estender o mandato do presidente da época, Roberto Suazo Córdoba.
Fundamentalmente, em 24 de outubro de 1985, dois anos depois de aprovada a constituição vigente, vários deputados, liderados por Micheletti, tentaram introduzir a proposta convocando uma Assembléia Nacional Constituinte.
Os parlamentares pediam a suspensão de vários artigos constitucionais, os mesmos que, ironicamente, agora servem às autoridades de fato para dar legitimidade à destituição de Zelaya. Esses artigos são os de número 373, 374 e 375, e se referem aos mecanismos de reforma e defesa da Constituição.
Assim como descreve o enviado especial a Tegucigalpa da Agência Boliviariana de Notícias (ABN), Antonio Núñez Aldazoro, naquela época se apresentou uma representação e foi suspensa a apresentação da proposta, pois, naquele momento, a ação de Micheletti também foi considerada traição à pátria.
Cabe ressaltar que 24 anos atrás ainda sentia-se os efeitos da guerra de baixa intensidade, o escândalo dos chamados “contras”, a doutrina de segurança do presidente norte-americano Ronald Reagan, e Honduras ainda era considerada a base de operações dos EUA na América Central.
Fonte:Blog Cidadania.com/Telesur.
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