No ministério de Relações Internacionais da Argentina, estavam contentes por dois motivos: por um lado, porque a cúpula da Unasul havia superado uma situação de perigo de ruptura e avançado em fixar regras para o futuro no vínculo entre seus países. Por outro, pelo papel que a presidenta Cristina Fernández de Kirchner teve, não apenas conseguindo reunir todos os presidentes, mas também podendo encaminhar o diálogo quando ele se tornara mais complicado.
A reportagem é de Daniel Miguez, publicada no jornal Página/12, 29-08-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O rosto da presidente após a cúpula coincidiu com a análise das fontes diplomáticas: via-se-lhe relaxada e de muito bom ânimo.
Durante o debate, a situação se esfriou com o forte cruzamento que o equatoriano Rafael Correa e o colombiano Alvaro Uribe protagonizaram, depois que todos os presidentes falaram, ao qual o venezuelano Hugo Chávez ameaçava somar-se.
"Acredito que temos que reencaminhar, porque os homens têm reações mais fortes", propôs Fernández de Kirchner antes que o venezuelano falasse, e a chilena Michelle Bachelet se uniu: "É a testosterona".
As risadas ajudaram a relaxar, e então a presidenta pediu "um marco de respeito e de não críticas, que mencionemos fatos despojados de desqualificações". Depois, acendeu o alerta sobre um destino obscuro para essa cúpula: "Rompeu-se a confiança entre alguns membros da Unasul. E o pior que poderia nos acontecer é que não tenhamos nenhum resultados nem nenhuma conclusão depois dessa reunião".
Então, Fernández de Kirchner aproveitou a recomposição do clima para pedir que, no documento, se contemplasse que "é absolutamente compreensível a demanda de soberania e a demanda de segurança de países limítrofes" com a Colômbia e que o Conselho de Defesa tivesse acesso ao convênio entre os colombianos e Estados Unidos e a "mecanismos concretos de informação sobre aviões, radares e armamento".
Fonte:IHU
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