quinta-feira, 14 de maio de 2015

DOS SUCOS AO RACISMO VELADO.

                   

Dos sucos ao racismo velado: o Brasil 'Para Inglês Ver'

  
Praia do Sono, onde se aluga uma casa por R$ 50 por dia.
O londrino Adam Smith, de 22 anos, estreia a segunda edição do blog 'Para Inglês Ver', parceria entre a BBC Brasil e a Universidade de Oxford.
Ele estuda português e alemão no Departamento de Línguas Modernas de Oxford e escolheu o Brasil para aperfeiçoar o idioma como parte de seu curso universitário.
No Brasil, trabalhou como professor de inglês, bebeu muito suco de fruta e, ao que parece, ficou confuso com as informações, nem sempre corretas, que recebia em nossas ruas. "Incapacidade de dizer não (sei)", interpretou.
Antes de seu primeiro post, sobre uma grande surpresa que teve no Brasil (não percam amanhã!), apresentamos nosso novo blogueiro abaixo. O nome imponente, a propósito, foi uma homenagem do pai - que é doutor em Economia - ao economista escocês, considerado pai da doutrina liberal.

30 segundos com Adam Smith
De que você mais gosta no Brasil?
Das pessoas abertas e carinhosas, da hospitalidade, da diversidade, da natureza, da música e do sol.
De que menos gosta?
Dos problemas sociais, como desigualdade, racismo, sexismo e homofobia, e da negação constante deles. E dos mosquitos.
Local preferido?
Praia do Sono, uma praia incrível no sul do Estado do Rio de Janeiro. Você chega lá depois de uma trilha de mais ou menos uma hora, e tem uma vista maravilhosa para a praia embaixo. Tem uma comunidade pequena onde se pode alugar uma linda casinha inteira por R$ 50 reais por dia e comer peixe fresco todo dia. Mas o melhor deste lugar são as curtas trilhas que saem da praia principal e levam a praias ainda mais surreais, vazias e paradisíacas.
Expressão ou palavra favorita?
“Magina!”, como resposta a “Brigado!”. Também gosto do “mermão” carioca.
Livro de cabeceira?
Estou curtindo muito contos de Guimarães Rosa.
Comida preferida?
Adorei a cultura de frutas e sucos no Brasil. Mas, para falar de uma experiência específica, teria que voltar a um dia do verão passado, na Chapada Diamantina. Tinha ouvido falar de um local especial perto de uma cachoeira na região do Vale do Capão. Fomos lá investigar e tentar achar o misterioso ‘restaurante’ de Seu Ivo e Dona Maria. No fim das contas, era simplesmente uma casa em uma aldeia, sem sinalização nenhuma. Tivemos que avisar duas horas antes de comer, para dar tempo para preparar a galinhada (que começou o dia como uma galinha), a famosa moqueca de palmito de jaca, arroz, feijão, salada, farofa, e a pimenta mais forte do mundo. (“Essa não tá fraca não,” alertou Seu Ivo.) Melhor comida que comi no Brasil.
Qual a trilha sonora de sua viagem?
Criolo, no carro, na BR-101.
O que você ainda não conseguiu entender sobre o Brasil?
Por que muitos brasileiros não são capazes de dizer não! Isso é particularmente hilário (agora que não estou perdido) quando se trata de dar informação sobre o caminho e a pessoa fala com certeza sobre algo que não sabe!

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