Umberto Eco: As redes sociais dão o direito de falar a legiões de idiotas.
Umberto Eco, escritor e filósofo italiano, recebeu da Universidade de Turim, norte da Itália, o título de doutor honoris causa
em "Comunicação e Cultura" por enriquecer a cultura dos campos
italianos e a filosofia internacional, por sua análise da sociedade
contemporânea e da literatura e renovação profunda do estudo da
comunicação.
Em seu discurso, Eco falou sobre a Internet e suas redes sociais. Disse:
"A mídia social dá o direito de falar a legiões de idiotas que falaram pela primeira vez apenas no bar depois de um copo de vinho, sem danificar a comunidade. Eles foram rapidamente silenciados, e agora eles têm o mesmo direito de falar de um Prêmio Nobel. É a invasão dos tolos."
"A TV tinha promovido o idiota da aldeia em relação ao qual o espectador se sente superior. O drama da Internet é que ela tem promovido o idiota da aldeia para o portador da verdade."
Eco ainda vê um
futuro para a mídia impressa, caso os jornais deixem de ignorar a
existência da Internet e mantenham uma equipe de pesquisa especializada,
porque hoje ninguém é capaz de compreender se um site é confiável ou
não.
"Os jornais devem dedicar pelo menos duas páginas para a análise crítica dos sites, assim como os professores devem ensinar as crianças a usar os sites para fazer temas. Você tem que comparar as informações para ver se elas são confiáveis ou não."
Foto: LAPRESSE / lastampa.it |
Seu novo livro,
Número Zero - que será lançado neste ano no Brasil pela Record - é uma
ficção sobre jornalismo inspirada na realidade. A história se passa na
Itália, em 1992, na redação de um jornal e tendo como pano de fundo a
Operação Mãos Limpas que implodiu o sistema político italiano.
Uma dica de leitura é a boa entrevista
feita com Eco pelo jornal El País com o título "A internet pode tomar o
lugar do mau jornalismo". Confira aqui.
** São dele também as obras O Nome da Rosa, O Pêndulo de Foucault e Apocalípticos e Integrados.
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