“A pior coisa que existe é juiz midiático”: o desabafo do advogado Kakay
Kakay disse achar o comandante da Operação Lava Jato “um juiz competente”, mas a transformação das palavras do magistrado em “verdade absoluta” é “um mal” para a Justiça, segundo ele. O advogado, que em 2008 conseguiu no STJ a anulação das escutas telefônicas determinadas por Sergio Moro no caso do grupo Sundown, também criticou a suspensão da distribuição de novos processos ao advogado paranaense. Segundo ele, “juiz de exceção [como Moro vem sendo tratado] só existe em país onde tem ditadura instalada”.
Diferentemente do juiz da Lava Jato, o agora Desembargador Fausto de Sanctis não recebeu nenhum elogio de Kakay. Para o advogado criminalista, o ex-juiz “se encantou com a mídia” na época em que comandava os grandes casos de corrupção do país, o que provocou erros processuais graves. Sanctis, que foi juiz de casos como a Operação Satiagraha e a Operação Castelo de Areia, teve a maior parte dos seus processos revisados ou anulados na Justiça. Em 2008, o magistrado mandou prender o banqueiro Daniel Dantas, que não só conseguiu a revogação da prisão no STF, como passou a processar Sanctis por “violação do dever funcional”.
O advogado, colega de Joaquim Barbosa na faculdade, também criticou o ex-ministro do STF, que, para ele, é “absolutamente despreparado” e “não sabe nada de direito”, além de “falsear a verdade”. Segundo Kakay, a indicação de Barbosa para o Supremo foi “um desastre”, e o jurista sempre foi “mal-humorado” e “humilhava as pessoas”.
Kakay é por vezes chamado de “Resolvedor-geral da República”, graças a sua vasta lista de clientes, que inclui 70 governadores, 3 ex-presidentes e 18 senadores com mandato vigente, “bancada” superior a do PMDB, maior partido do Senado. Além disso, o advogado criminalista já defendeu personalidades como Roberto Carlos, o publicitário do PT, Duda Mendonça, e o doleiro Alberto Youssef.
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