A Europa e a democracia de voo curto e nariz comprido
Flávio Aguiar
A constatação é de que a União Europeia e em particular o euro se transformaram numa jaula onde os sonhos vão se apequenando e os pesadelos se amplificando
Flávio Aguiar
A crise grega - que não é somente grega - está no auge. O governo grego não pagou a quota de 1,5 (1,6 segundo algumas fontes) bilhões de euros que deveria pagar a o FMI até ontem, 30/06. Há um referendo sobre o plano de austeridade que querem continuar enfiando garganta abaixo do pais no domingo. Os lideres do establishment europeu insistem em dizer que o referendo é, na verdade, sobre se o povo grego quer ou não quer permanecer no euro. Com as limitações de saque impostas, o governo de Atenas liberou o transporte público. Ouvi nas rádios alemãs o comentário de que isto era uma medida demagógica destinada a garantir que o povo votaria não no domingo, tomada “como se o governo não necessitasse desse dinheiro. Manifestações pró e contra as medidas de austeridade acontecem na frente do Parlamento grego, na Praça Sintagma, com milhares de manifestantes de ambos os lados. As bolsas estão nervosas e em queda. Também caem as ações dos bancos europeus. Quem investe sabe que, se países como a Grécia, Portugal, Espanha e outros se encalacraram com suas dívidas, o sistema financeiro europeu está também encalacrado nas dividas públicas, apelidadas de “soberanas”. Cresce no sistema de apostas britânico, o mais sensível do mundo depois do jogo do bicho brasileiro, a cotação de que a Grécia vai sair do euro e retornar ao dracma. Analistas conservadores na mídia perguntam-se perplexos, porque o povo grego não se mostra dócil como o português e o espanhol (apesar do Podemos) e simplesmente obedece aos ditames da Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI).
Na confusão e no meio da adrenalina que corre nas veias fechadas do continente, algumas coisas ficaram muito claras em meio à crise.
1. Nunca houve disposição real de negociar alternativas por parte do establishment da zona do euro. O governo grego fez varias concessões a partir do programa com que foi eleito, claramente anti-austeridade, mas nada disto foi suficiente. O establishment da zona do euro não queria uma negociação, queria a rendição do governo de Atenas e a desarticulação do Syriza desde o começo do processo, a menos que estes traíssem seus eleitores e seu programa. Exigiram sempre a manutenção das balizas principais da política recessiva que destruiu a economia grega em 25% e criou taxas de desemprego gigantescas (60% entre os jovens) mais impostos sobre as camadas populares, menos salários, menos pensões, menos impostos sobre as corporações e os grandes lucros.
2. Quem conduziu as negociações, definiu-lhes o ritmo, e as imposições, foram os ministros das áreas financeiras, não os presidentes e chanceleres. À frente daqueles estava o assim chamado na mídia europeia “Hawkish” (“falcão”, termo derivado da Guerra Fria) Wolfgang Schäuble, o ministro alemão, inspirado em seu credo econômico ortodoxo. A constatação é significativa porque ilustra o predomínio destas áreas dentro e sobre a política e os políticos tradicionais. Nas manifestações anti-austeridade quem aparece com bigodinho de Hitler é a chanceler Angela Merkel (esta ilação é bastante inadequada, mas mostra o quanto a imagem da Alemanha vem se deteriorando no continente), mas quem dá as tintas, o pincel e a escada para os pintores, além de definir as cores e o design, são os avatares e sacerdotes da área econômica, não se descartando presidentes de bancos centrais, como Jens Weidman, do BCA. Mario Draghi, presidente do BCE, ensaiou uma outra musica durante algum tempo, mas depois da reunião do Conselho do Banco que suspendeu o financiamento de liquidez para os bancos gregos a partir de 30 de junho, passou não só a tocar mas também a dançar de acordo com a mesma melodia de fechar as portas para o governo de Tsipras. No Reino Unido, que não participa do euro, quem define o que o governo de Cameron pode ou não pode fazer é o chamado “chanceler” George Osborne, o grão-vizir, o xamã, o sumo-sacerdote do orçamento público, comprovando que em matéria de despesas e investimentos Cameron governa mas não reina.
3. A rebeldia grega mostrou que o voo da democracia na Europa de hoje tem alcance curto: quem quiser voar por sobre a cerca que define a jaula da “austeridade” neoliberal está condenado ao ostracismo, no que depender da hegemonia neoliberal que informa não só os governantes, mas igualmente grande parte da mídia, seus comentaristas, e as escolas de economia majoritariamente no continente. Tsipras, Varoufakis, o governo e o povo gregos se transformaram num caso “exemplar”, que deve servir de baliza para outros possíveis ensaios de independência e soberania, como no caso hipotético do Podemos na Espanha. Além disto, ela tem um nariz de Pinóquio, pois o establishment que a controla nega continuamente a realidade. Os planos de austeridade não funcionam, não funcionaram nem vai funcionar, mas eles são mantidos contra todas as evidências. Bom, em grande parte devido ao fato de que, de outro modo e sob outro ângulo, funcionam sim, isto é, no sentido de a) desorganizarem o que resta do estado de bem estar herdeiro da finada social-democracia europeia de antanho, b) reorganizarem este mundo social de acordo com as balizas do sistema financeiros descontrolado que levou às crises provocadas pela debacle financeira de 2007/2008, e c) redefinirem a geografia europeia em torno da hegemonia do chamado “norte”, uma cortina de fumaça para o predomínio dos sistemas financeiros da Alemanha, Reino Unido, Holanda, em parte o da França, que desfrutam de grande apoio entre os países nórdicos e exercem um enorme poder de sedução sobre os países do antigo leste europeu, sobre os demais sistemas e países.
4. Aos governantes do proscênio deste Grand Guignol que é a política europeia cabe providenciar as retóricas que sustentem a ideia da inevitabilidade das políticas neoliberais de “austeridade", frequentemente de inspiração algo populista e disfarçadamente nacionalista para seus eleitores, embora neguem de pés juntos e mãos postas esta condição, que dê sustentação eleitoral a esta “democracia no aprisco” que tem algo de farsa, como aquele teatro francês inspirado no antigo mundo dos fantoches contemporâneos do Iluminismo. O melhor exemplo desta retórica, que tem algo de tragicômico devido a quem o ofereceu, foi dado pelo vice-chanceler alemão, o social democrata (!) Sigmar Gabriel, ao dizer há algum tempo atrás que o governo de Berlim ”não permitiria que os trabalhadores alemães e suas famílias pagassem pelas promessas exageradas de um governo {o de Atenas} cheio de comunistas”.
5. A situação evoluiu, depois que Tsipras chamou o referendo de domingo próximo, para um plebiscito para o seu governo. De um lado, está agora o povo cansado e exaurido pela política de “austeridade” que devastou a sua vida (11 mil suicídios desde que elas começaram), submetido à pressão algo chantagista da “catástrofe da saída do euro" (como se catástrofe já não tivesse acontecido dentro do euro), um enorme e assustador fantoche carregado pelos equivalentes gregos aos nossos “coxinhas” brasileiros das manifestações de direita recentes, a mídia privatista e conservadora do pais, a mídia conservadora europeia, e todo o establishment econômico-político (nessa ordem) hegemônico na zona do euro e na União Europeia. Na manifestação pró-euro da terça-feira, 30, em Atenas, o que se ouvia eram palavras de ordem do tipo “fora Tsipras”, levadas a cabo, como no caso brasileiro, por quem perdeu a eleição anterior. O fato é que neste cenário a posição do governo de Tsipras é bastante difícil. Está isolado dentro do espectro politico largamente majoritário nos países europeus. Rússia e China, que poderiam lhe dar algum alívio financeiro, não vão afrontar a União Europeia nem - é bom não esquecer - a OTAN, que vê na Grécia uma pedrinha menor mas indispensável do seu dominó balcânico e europeu. Se perder o plebiscito, terá muito provavelmente que no mínimo chamar novas eleições. Se ganhar, continuará frente aos mesmos credores e adversários ávidos por provar sua inviabilidade e provocar a sua queda.
6. Num quadro destes, talvez não haja outro caminho senão de fato abandonar o euro e voltar ao dracma, por mais penoso que isto seja no curto prazo. Dizem vários economistas, inclusive conservadores, que o governo teria de cotar a “nova-antiga” moeda em 50% do euro, encarecendo as importações, com possíveis reflexos inflacionários negativos na economia, mas restabelecendo a competitividade desta diante do restante da Europa e catapultando o turismo, importante fonte de renda para o pais. Mas isto nos conduz à outra ponta do quebra-cabeças, ou seja,
7. a constatação de que a União Europeia e em particular o euro se transformaram numa jaula onde os sonhos vão se apequenando e os pesadelos se amplificando. A UE foi um sonho plantado num momento histórico em que a social-democracia europeia, voltada para o bem-estar social, era hegemônica como alternativa ao capitalismo desenfreado e ao comunismo que se esclerosava. Mas o sonho foi colhido pela hegemonia conservadora que se sucedeu ao fim da Guerra Fria (que está de volta, se é que sumiu um dia) e à devastação provocada pela um tanto fugaz mas escachapante hegemonia Reagan - Tatcher - João Paulo II - que demoliu os alicerces da social-democracia, convertendo os social-democratas e socialistas (e também muitos verdes) de hoje em fantasmas desarticulados e pálidos de seus antecessores, vestidos com o sambenito da fogueira (ou banho-maria) neoliberal. O euro foi um passo mais arriscado, concebido ou melhor, vendido, como um paraíso onde os leões, tigres e ursos (as economias mais fortes da U. E.) conviveriam em paz com os cordeiros, cervos e alces (as economias mais fracas), todos bebendo da mesma fonte e se auxiliando e se tolerando mutuamente. Na verdade o que aconteceu foi que os mais fortes continuam ameaçando, subjugando e segregando os mais fracos, para que, no fundo, as raposas, os abutres e os tubarões do sistema financeiro continuem disputando a carniça e sugando o sangue de todo mundo. O paraíso, de onde ninguém deveria querer sair, virou uma jaula de onde ninguém escapa.
PS: Nesta quarta-feira à tarde (horário europeu) o Financial Times divulgou noticia segundo a qual Tsipras havia enviado nova carta aos credores disposto a aceitar “a maior parte” das exigências destes. Ainda não se sabe o teor exato da carta nem o que esta “maior parte” seria, muito menos qual será a reação destes credores. Mas esta informação não altera o quadro politico, econômico e ideológico traçado neste artigo.
Na confusão e no meio da adrenalina que corre nas veias fechadas do continente, algumas coisas ficaram muito claras em meio à crise.
1. Nunca houve disposição real de negociar alternativas por parte do establishment da zona do euro. O governo grego fez varias concessões a partir do programa com que foi eleito, claramente anti-austeridade, mas nada disto foi suficiente. O establishment da zona do euro não queria uma negociação, queria a rendição do governo de Atenas e a desarticulação do Syriza desde o começo do processo, a menos que estes traíssem seus eleitores e seu programa. Exigiram sempre a manutenção das balizas principais da política recessiva que destruiu a economia grega em 25% e criou taxas de desemprego gigantescas (60% entre os jovens) mais impostos sobre as camadas populares, menos salários, menos pensões, menos impostos sobre as corporações e os grandes lucros.
2. Quem conduziu as negociações, definiu-lhes o ritmo, e as imposições, foram os ministros das áreas financeiras, não os presidentes e chanceleres. À frente daqueles estava o assim chamado na mídia europeia “Hawkish” (“falcão”, termo derivado da Guerra Fria) Wolfgang Schäuble, o ministro alemão, inspirado em seu credo econômico ortodoxo. A constatação é significativa porque ilustra o predomínio destas áreas dentro e sobre a política e os políticos tradicionais. Nas manifestações anti-austeridade quem aparece com bigodinho de Hitler é a chanceler Angela Merkel (esta ilação é bastante inadequada, mas mostra o quanto a imagem da Alemanha vem se deteriorando no continente), mas quem dá as tintas, o pincel e a escada para os pintores, além de definir as cores e o design, são os avatares e sacerdotes da área econômica, não se descartando presidentes de bancos centrais, como Jens Weidman, do BCA. Mario Draghi, presidente do BCE, ensaiou uma outra musica durante algum tempo, mas depois da reunião do Conselho do Banco que suspendeu o financiamento de liquidez para os bancos gregos a partir de 30 de junho, passou não só a tocar mas também a dançar de acordo com a mesma melodia de fechar as portas para o governo de Tsipras. No Reino Unido, que não participa do euro, quem define o que o governo de Cameron pode ou não pode fazer é o chamado “chanceler” George Osborne, o grão-vizir, o xamã, o sumo-sacerdote do orçamento público, comprovando que em matéria de despesas e investimentos Cameron governa mas não reina.
3. A rebeldia grega mostrou que o voo da democracia na Europa de hoje tem alcance curto: quem quiser voar por sobre a cerca que define a jaula da “austeridade” neoliberal está condenado ao ostracismo, no que depender da hegemonia neoliberal que informa não só os governantes, mas igualmente grande parte da mídia, seus comentaristas, e as escolas de economia majoritariamente no continente. Tsipras, Varoufakis, o governo e o povo gregos se transformaram num caso “exemplar”, que deve servir de baliza para outros possíveis ensaios de independência e soberania, como no caso hipotético do Podemos na Espanha. Além disto, ela tem um nariz de Pinóquio, pois o establishment que a controla nega continuamente a realidade. Os planos de austeridade não funcionam, não funcionaram nem vai funcionar, mas eles são mantidos contra todas as evidências. Bom, em grande parte devido ao fato de que, de outro modo e sob outro ângulo, funcionam sim, isto é, no sentido de a) desorganizarem o que resta do estado de bem estar herdeiro da finada social-democracia europeia de antanho, b) reorganizarem este mundo social de acordo com as balizas do sistema financeiros descontrolado que levou às crises provocadas pela debacle financeira de 2007/2008, e c) redefinirem a geografia europeia em torno da hegemonia do chamado “norte”, uma cortina de fumaça para o predomínio dos sistemas financeiros da Alemanha, Reino Unido, Holanda, em parte o da França, que desfrutam de grande apoio entre os países nórdicos e exercem um enorme poder de sedução sobre os países do antigo leste europeu, sobre os demais sistemas e países.
4. Aos governantes do proscênio deste Grand Guignol que é a política europeia cabe providenciar as retóricas que sustentem a ideia da inevitabilidade das políticas neoliberais de “austeridade", frequentemente de inspiração algo populista e disfarçadamente nacionalista para seus eleitores, embora neguem de pés juntos e mãos postas esta condição, que dê sustentação eleitoral a esta “democracia no aprisco” que tem algo de farsa, como aquele teatro francês inspirado no antigo mundo dos fantoches contemporâneos do Iluminismo. O melhor exemplo desta retórica, que tem algo de tragicômico devido a quem o ofereceu, foi dado pelo vice-chanceler alemão, o social democrata (!) Sigmar Gabriel, ao dizer há algum tempo atrás que o governo de Berlim ”não permitiria que os trabalhadores alemães e suas famílias pagassem pelas promessas exageradas de um governo {o de Atenas} cheio de comunistas”.
5. A situação evoluiu, depois que Tsipras chamou o referendo de domingo próximo, para um plebiscito para o seu governo. De um lado, está agora o povo cansado e exaurido pela política de “austeridade” que devastou a sua vida (11 mil suicídios desde que elas começaram), submetido à pressão algo chantagista da “catástrofe da saída do euro" (como se catástrofe já não tivesse acontecido dentro do euro), um enorme e assustador fantoche carregado pelos equivalentes gregos aos nossos “coxinhas” brasileiros das manifestações de direita recentes, a mídia privatista e conservadora do pais, a mídia conservadora europeia, e todo o establishment econômico-político (nessa ordem) hegemônico na zona do euro e na União Europeia. Na manifestação pró-euro da terça-feira, 30, em Atenas, o que se ouvia eram palavras de ordem do tipo “fora Tsipras”, levadas a cabo, como no caso brasileiro, por quem perdeu a eleição anterior. O fato é que neste cenário a posição do governo de Tsipras é bastante difícil. Está isolado dentro do espectro politico largamente majoritário nos países europeus. Rússia e China, que poderiam lhe dar algum alívio financeiro, não vão afrontar a União Europeia nem - é bom não esquecer - a OTAN, que vê na Grécia uma pedrinha menor mas indispensável do seu dominó balcânico e europeu. Se perder o plebiscito, terá muito provavelmente que no mínimo chamar novas eleições. Se ganhar, continuará frente aos mesmos credores e adversários ávidos por provar sua inviabilidade e provocar a sua queda.
6. Num quadro destes, talvez não haja outro caminho senão de fato abandonar o euro e voltar ao dracma, por mais penoso que isto seja no curto prazo. Dizem vários economistas, inclusive conservadores, que o governo teria de cotar a “nova-antiga” moeda em 50% do euro, encarecendo as importações, com possíveis reflexos inflacionários negativos na economia, mas restabelecendo a competitividade desta diante do restante da Europa e catapultando o turismo, importante fonte de renda para o pais. Mas isto nos conduz à outra ponta do quebra-cabeças, ou seja,
7. a constatação de que a União Europeia e em particular o euro se transformaram numa jaula onde os sonhos vão se apequenando e os pesadelos se amplificando. A UE foi um sonho plantado num momento histórico em que a social-democracia europeia, voltada para o bem-estar social, era hegemônica como alternativa ao capitalismo desenfreado e ao comunismo que se esclerosava. Mas o sonho foi colhido pela hegemonia conservadora que se sucedeu ao fim da Guerra Fria (que está de volta, se é que sumiu um dia) e à devastação provocada pela um tanto fugaz mas escachapante hegemonia Reagan - Tatcher - João Paulo II - que demoliu os alicerces da social-democracia, convertendo os social-democratas e socialistas (e também muitos verdes) de hoje em fantasmas desarticulados e pálidos de seus antecessores, vestidos com o sambenito da fogueira (ou banho-maria) neoliberal. O euro foi um passo mais arriscado, concebido ou melhor, vendido, como um paraíso onde os leões, tigres e ursos (as economias mais fortes da U. E.) conviveriam em paz com os cordeiros, cervos e alces (as economias mais fracas), todos bebendo da mesma fonte e se auxiliando e se tolerando mutuamente. Na verdade o que aconteceu foi que os mais fortes continuam ameaçando, subjugando e segregando os mais fracos, para que, no fundo, as raposas, os abutres e os tubarões do sistema financeiro continuem disputando a carniça e sugando o sangue de todo mundo. O paraíso, de onde ninguém deveria querer sair, virou uma jaula de onde ninguém escapa.
PS: Nesta quarta-feira à tarde (horário europeu) o Financial Times divulgou noticia segundo a qual Tsipras havia enviado nova carta aos credores disposto a aceitar “a maior parte” das exigências destes. Ainda não se sabe o teor exato da carta nem o que esta “maior parte” seria, muito menos qual será a reação destes credores. Mas esta informação não altera o quadro politico, econômico e ideológico traçado neste artigo.
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