quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

INFORMÁTICA - Mouse de computador completa 40 anos.

Engelbart apresentou aparelho durante conferência em 1968.

O mouse de computador faz 40 anos neste dia 9 de dezembro. Nesta data, em 1968, um visionário da tecnologia, Douglas Engelbart, usou um mouse pela primeira vez para demonstrar novas maneiras de trabalhar com computadores.

O primeiro mouse que Engelbart utilizou em sua demonstração na Fall Joint Computer Conference (FJCC), uma conferência sobre computadores, era feito de madeira e tinha apenas um botão.

Muitas das tecnologias apresentadas inspiraram a criação de hardwares e softwares hoje usados amplamente.

"Foi um bom espetáculo, mas era tudo de verdade", disse Jeff Rulifson, hoje diretor do grupo de pesquisas VLSI.

Em 1968, Rulifson foi o arquiteto e principal programador dos softwares apresentados na conferência.

Rob Skitmore, do London Science Museum, prevê que o mouse vai permanecer como uma força dominante, apesar da emergência de novas tecnologias, como as telas sensíveis ao toque conhecidas como touch screens.

Pioneiro

Um dia de comemorações foi planejado na Califórnia para marcar os 40 anos, com muitos dos pesquisadores envolvidos na demonstração original reunidos especialmente.

Mouse é hoje um dos acessórios mais conhecidos de computadores.

O mouse, construído por Bill English, ajudou Engelbart a demonstrar como arquivos de texto podiam ser cortados, copiados e colados, e a mostrar novas maneiras de usar redes de computadores para colaborar em projetos ou co-editar documentos.

Rulifson passou a integrar o grupo que Engelbart reuniu no Instituto de Pesquisas de Stanford (SRI, na sigla em inglês), na Califórnia (Estados Unidos), após encontrar o carismático engenheiro em uma outra conferência FJCC, em 1965.

"Conheci Doug e fiquei encantado", disse Rulifson à BBC. "Eu realmente entendi o que ele estava procurando. Fiquei fascinado pelas idéias."

Engelbart queria que os computadores funcionassem como ajudantes que aumentassem a inteligência humana e permitissem que as pessoas operassem as máquinas de maneira mais eficiente e com maior produtividade do que poderiam sem tais recursos.

A demonstração de 1968 teve como objetivo apresentar o sistema de computador chamado NLS, desenvolvido para colocar essas idéias em prática.

Grande parte disso teve de ser inventada pela equipe do SRI, segundo Rulifson.

Impacto

Embora o mouse fosse central para o que o NLS era capaz de fazer, Rulifson afirma que Engelbart queria mais.

"Acho que as pessoas ficam fixadas no mouse", afirma. "Ele é um símbolo ao qual podem se apegar, mas a idéia por trás dele era a de colocar texto no NLS e de dar a ele uma flexibilidade totalmente nova."

"Tínhamos edição de texto e links - o grosso do que usamos hoje", acrescenta.

Na demonstração de 1968, Rulifson estava no laboratório do SRI e apareceu na tela no auditório Brooks Hall enquanto ajudava Engelbart a mostrar como as pessoas podiam usar o NLS para trabalhar juntas.

A tecnologia demonstrada ia muito além da forma como computadores eram usados na época e causou um grande impacto.

O NLS é mencionado no primeiro RFC, o documento técnico que descreve o funcionamento do que hoje conhecemos como internet.

Infelizmente, segundo Rulifson, o NLS não conquistou um número suficiente de pessoas para se tornar o instrumento essencial que Engelbart imaginava.

"Acho que Doug estava muito interessado em sistemas extremamente poderosos para pessoas altamente treinadas", diz o diretor do VLSI. "O NLS tinha 500 comandos."

Frustração

Muitas das pessoas que trabalharam com Engelbart no SRI foram mais tarde para o Xerox Parc - outro lendário laboratório na Califórnia - onde contribuíram no desenvolvimento das tecnologias que levaram à revolução do computador pessoal e à internet que conhecemos atualmente.

Só agora as idéias de Doug Engelbart estão começando a se tornar realidade, na opinião de Rulifson.

Ele diz acreditar que o mundo ainda tem de avançar para realizar as idéias apresentadas em 1968. "A metade das idéias se concretizou", diz Rulifson.

"Mas Doug ficou muito frustrado com o que se desenvolveu em torno do PC, porque é um sistema muito estático e voltado para o papel", completa.
Fonte:BBC BRASIL.

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