Copiado do blog Por Um Novo Brasil.
Antônio Geraldo Costa, o Neguinho, no Galeão
SUCURSAL DO RIO.
Com faixas e um estandarte com um tigre desenhado -alusão a um codinome seu nos tempos da militância-, antigos colegas da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais foram ontem ao aeroporto Tom Jobim, no Rio, receber Antônio Geraldo Costa, 75, o Neguinho. Ele viveu quase 40 anos na Suécia sob identidade falsa.Neguinho abriu os braços, foi erguido pelos amigos e, mesmo emocionado, entoou as palavras que vinha ensaiando desde Estocolmo: "Companheiras e companheiros, aqui estamos porque lá estivemos. Onde? Na luta contra a ditadura e a opressão. Lutamos por um Brasil livre e democrático".Em vez de agentes da Polícia Federal prontos para prendê-lo, como temia, Neguinho encontrou um emissário enviado pelo Ministério da Justiça para lhe dar boas vindas. O encontro o deixou confiante. "Já não tenho medo de ser preso."Ex-vice-presidente da associação de marinheiros, o carioca atuou no resgate de presos políticos da Penitenciária Lemos de Brito, no Rio, em 1969, e participou de assaltos a banco para financiar a luta armada.Preso e torturado ainda em 1964, viveu na clandestinidade até 1970, quando fugiu para a Suécia como Carlos Juarez de Melo. Retornou ao Brasil apenas em 2005, com documentação falsa, para pedir anistia."Ele teve uma espécie de síndrome do pânico causada pelo trauma da tortura. Quando veio pedir anistia, não queria ser fotografado nem apresentado a ninguém, com medo de que o reconhecessem. Depois de assinar o pedido, saiu de lá chorando com medo de que, assim que retornasse para o aeroporto, seria preso", conta Raimundo Porfírio Costa, 74, outro ex-marinheiro.Ontem, Neguinho não mostrou arrependimento. "Eu faria tudo de novo, mas dessa vez com mais experiência." Disse que pretende continuar na política, mas não como candidato.
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