domingo, 12 de julho de 2009

BWANA OBAMA E A ÁFRICA.

Laerte Braga

O presidente oficial dos Estados Unidos disse na África que os “africanos devem tomar em suas mãos os destinos do continente”. Resta saber se a conclamação de Barak Obama tem o aceite do governo paralelo de John McCain.
Obama parece ter adotado a tática de olhar para o outro lado e fingir que não é com ele quando a maionese desanda.
Foi o que fez, é o que está fazendo com Honduras. Declarações a favor da democracia, do restabelecimento da ordem constitucional no país, acusações a Hugo Chávez de interferência nos negócios internos hondurenhos e...
John McCain, presidente paralelo dos EUA, recebe os golpistas, promove encontro desses com empresários, militares e assegura a eles todo o apoio necessário para que Honduras continue a ser um “porta-aviões” norte-americano e sólida base para “negócios” entre velhos parceiros.
No meio disso tudo Hilary Clinton. É quem tem que fingir que faz a maionese andar.
O presidente Barak Obama está brincando de dizer ao mundo que é diferente de tantos quantos já ocuparam a Casa Branca e vai mudar as políticas norte-americanas.
Show, puro show até agora. Ainda continua procurando a chave dos compartimentos secretos e dos porões. Não percebeu que McCain perdeu as eleições, mas recebeu as chaves de Dick Chaney, vice-presidente de Bush.
Permanece intocada a estrutura golpista e terrorista dos tempos republicanos. Obama sequer conseguiu aprovar a proposta de fechar o campo de concentração de Guantánamo, num Senado e numa Câmara onde seu partido é a maioria.
Um sonoro não às intenções “democráticas e legalistas” do presidente.
O presidente deposto de Honduras Manuel Zelaya foi claro ao dizer que “os Estados Unidos acusam Chávez, mas quem interfere nos negócios internos do meu país são eles, os norte-americanos”.
Que tal começar a mudar o destino dos africanos interrompendo a remessa de lixo nuclear dos EUA e dos países da Comunidade Européia para as águas territoriais da Somália e depois acusar os somalis de pirataria?
Ou transformar as milionárias somas gastas com a indústria de armas e cuidar da fome no continente africano? Da saúde?
Deixar de apoiar regimes ditatoriais em vários países africanos?
O discurso de Obama, que se afirma negro, soa deboche. As palavras de Obama que, declara não ter perdido sua história e suas origens, parecem aquele negócio de cheguei cá em cima e vi que não é bem assim, não posso ajudá-lo. Vou ficar com os de cima, do contrário volto aí para baixo. Tome aqui um trocado para poder almoçar, pelo menos hoje.
Toda a postura de Barak Obama até este momento, pouco mais de seis meses de governo, tem se prestado aos verdadeiros detentores do poder nos EUA. O que Eisenhower – que era general – denunciou como “complexo industrial e militar”. Wall Street/Pentágono e seus tentáculos.
Obama faz a linha de frente. Corre o mundo numa de um troupe de ilusionistas e querendo ou não faz o jogo dos donos. Em tese é o presidente dos donos. Em tese.
O golpe militar por determinação e controle do embaixador do seu país em Honduras mostra isso. Com aval e apoio de empresários e militares norte-americanos não deixa isso ficar escondido, por mais que a REDE GLOBO no Brasil e outras em outras partes do mundo, a CNN e FOX nos EUA, tentem mostrar o contrário e imputar as responsabilidades a Chávez.
Obama não é necessariamente uma frustração. Quem tem o mínimo de informação sabe que o presidente oficial não vai além de certos limites. É o que a mídia costuma chamar de “o homem mais poderoso do mundo”, na conversa fiada de engana Homer Simpson.
Poderoso onde? Não consegue reverter um golpe de estado em Honduras. Fica no que conhecemos faz tempo como lero lero. Conversa mole para boi dormir.

Poderoso como?
Poderoso é John McCain que perde as eleições, mas transita pela Casa Branca paralela, a real, com desenvoltura absoluta e montado no patriotismo canalha de grupos empresariais e militares.
Che Guevara dizia que a “farda molda o corpo e embota a mente”. No caso de militares latino-americanos em sua maioria esmagadora é uma realidade maior que isso. Esse embotamento provoca surtos de canalhice e golpismo que têm sido, historicamente, a trágica história dos povos dessa parte do mundo, nas muitas ditaduras que pululam por aí, algumas disfarçadas de “ordem democrática”. Como foi a gerada a partir do golpe de 1964 no Brasil.
O jogo de empurrar a situação em Honduras, onde permanecem os protestos da população civil contra o golpe e a dura repressão dos “democratas”, repito, o jogo de empurrar com a barriga, foi o objetivo dos EUA desde o começo da história, pois desde o primeiro momento Obama sabia que não poderia reverter uma situação de fato, pois não é o presidente de fato.
Neste momento, dentro do script e vivendo seus minutos de glória e fama, vende ilusão para os africanos.
O sórdido disso é que ele se declara negro, pensa que é negro, se diz negro. Não deve ter ouvido, ouviu sim fez ouvidos de mouco, a forma como foi tratado pelo “chanceler” do governo golpista de Honduras. “El negrito no conece donde se queda Tegucigalpa”.
Não faz a menor idéia mesmo. John McCain sabe direitinho.
Fonte:Prensa Latina.

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