Será que o presidente Barack Obama, enquanto estava em viagem na África, fez talvez, verdadeiramente, aquilo que havia prometido no final da audiência da sexta-feira 10 de julho: ler no avião os dois documentos que havia recebido de presente?
A análise é de Sandro Magister, publicada em seu blog Settimo Cielo, 12-07-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Atenção: não um, mas sim dois documentos. Da encíclica "Caritas in veritate" já se sabia. O L’Osservatore Romano, ao publicar o "protocolo" da visita algumas horas antes da audiência, havia anunciado que Bento XVI a daria de presente ao seu ilustre hóspede.
Mas do outro documento, nem uma palavra. A sua entrega ocorreu fora do programa na última hora. Pode-se presumir que quem decidiu isso foi o Papa em pessoa.
O segundo texto doado por Bento XVI a Obama é a instrução da Congregação para a Doutrina da Fé do dia 08 de setembro de 2008 sobre algumas questões de bioética, intitulada "Dignitas personae".
Esse presente formou um par com esta passagem chave do comunicado oficial emitido no término da audiência:
"No curso dos cordiais colóquios, detiveram-se sobretudo sobre questões que são de interesse de todos e constituem o grande desafio para o futuro de cada nação e para o verdadeiro progresso dos povos, como a defesa e a promoção da vida e o direito à objeção de consciência".
Compreende-se que a prioridade para Bento XVI, na sua relação com o presidente dos EUA, é também o assunto em que a distância entre as posições da Igreja e as do novo governo norte-americano é mais marcante.
Uma confirmação disso é o que o Papa Joseph Ratzinger disse, antes do Ângelus deste domingo, 12 de julho, citando a "Caritas in veritate":
"'O absolutismo da técnica' poderia projetar cenários sombriospara o futuro da humanidade, encontrando a sua máxima expressão em algumas práticas contrárias à vida. Os atos que não respeitam a verdadeira dignidade da pessoa, mesmo quando pareçam motivados por uma 'escolha de amor', na realidade, são o fruto de uma 'concepção material e mecanicista da vida humana', que reduz o amor sem verdade a 'um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente' e pode, assim, comportar efeitos negativos para o desenvolvimento humano integral".
Fonte:IHU
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