O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, convidou o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, a visitar Brasília no dia 12 de agosto para discutir a crise no país centro-americano.
A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 04-08-2009.
Zelaya viajou ontem para Manágua, depois de ter passado quase uma semana na fronteira entre Nicarágua e Honduras, ensaiando um possível regresso. De lá, ele deve embarcar hoje para o México, onde será recebido na capital pelo presidente Felipe Calderón.
"No momento, recebi um convite do México e outro do Brasil. Responderei ao convite de Calderón que, no momento, é o presidente do Grupo do Rio", disse Zelaya, sem fazer referência a uma possível visita a Lula.
O Itamaraty diz apenas que "o presidente hondurenho prometeu buscar uma oportunidade em sua agenda", admitindo não ter obtido uma confirmação da visita.
Desde que foi deposto no dia 28 de junho, Zelaya cumpre uma maratona de visitas internacionais em busca de apoio para um possível regresso ao poder. Apesar de ter sido deposto, ele continua sendo recebido como chefe de Estado tanto nas capitais quanto na Organização dos Estados Americanos (OEA) e na sede da Organização das Nações Unidas (ONU).
PRESSÃO
Ontem, o secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, anunciou que a organização discutirá amanhã o possível envio de uma comissão formada por chanceleres de países da região para tentar mais uma vez reverter os efeitos do golpe.
Roberto Micheletti, presidente de facto de Honduras, disse ontem que a comunidade internacional deve visitar seu país para saber o que realmente acontece. "Que o mundo inteiro venha ver o que está acontecendo em Honduras. Queremos que o mundo saiba que estamos fazendo as coisas do jeito certo e dentro da Constituição", disse.
Micheletti se opõe ao regresso de Zelaya ao poder. Ele diz que, se voltar a Honduras, o presidente deposto enfrentará mais de 15 acusações na Justiça. A restituição de Zelaya na presidência é um dos pilares da proposta de acordo apresentada pelo mediador da crise, o presidente costa-riquenho, Oscar Arias.
O Congresso hondurenho analisa há mais de uma semana as propostas de mediação apresentadas por Arias. Para os opositores, o governo de facto está interessado apenas em protelar um possível acordo com a única intenção de manter-se no poder, pelo menos até novembro, quando devem acontecer as eleições presidenciais.
"Eu duvido muito que o Congresso Nacional dê anistia para alguém", declarou Micheletti durante uma visita à cidade industrial de San Pedro Sula, onde manteve encontro com empresários em busca de apoio interno.
Fonte:IHU
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