sábado, 15 de agosto de 2009

PETRÓLEO - Petrobrás: os inimigos nunca se foram.

Emanuel Cancella (Correio da Cidadania)

A criação da Petrobrás, é sabido, foi através do povo nas ruas no movimento `O Petróleo é Nosso!` Desde então é usado o chavão `os inimigos da Petrobrás estão de volta`; mas na verdade eles nunca se foram. E se apresentam nas mais diversas versões:

Na ditadura militar, contrariando o monopólio estatal do petróleo, tivemos os Contratos de Risco que disponibilizaram para as multinacionais mais de 80% das bacias sedimentares brasileiras. Justiça seja feita aos militares, pois os contratos tinham risco principalmente na necessidade do investimento, como pouco foi investido, não descobriram nada significante.

Os tucanos, durante o governo FHC, tentaram privatizar a companhia e mudar seu nome para Petrobrax; conseguiram então quebrar o monopólio do petróleo, introduzir a lei 9478/97, com a Agencia Nacional de Petróleo e seus leilões, através dos quais, metade das áreas com potencial petrolífero foi entregue às empresas privadas, em sua maioria multinacionais do petróleo, e agora no momento da discussão do novo marco regulatório apresentam a CPI da Petrobrás.

Indiferente aos ataques, a Petrobrás conquistou o mundo: ganhou duas vezes em 1992 e 2001 o prêmio internacional da Ofshore Tecnology Conference pela excelência na prospecção de petróleo no mar; em 2009 é a quarta empresa mais respeitada no mundo e a primeira no Brasil, em pesquisa realizada anualmente entre as 1000 empresas globais pelo Reputation Institute com sede em Nova Iorque; e também neste ano, no primeiro semestre, é a oitava empresa que mais se valorizou no mundo segundo levantamento da consultoria Ernst & Yong. Mas o melhor estava por vir, a Petrobrás de forma pioneira, descobriu o pré-sal, um dos maiores mananciais de petróleo e gás do planeta, para isso durante três décadas teve que desenvolver tecnologia e investir bilhões de reais.

Mas seus inimigos não se rendem, pois vem de dentro do governo Lula a proposta de criar uma nova empresa para administrar o pré-sal. Sem querer fazer alusão à ninguém, deixar a Petrobrás de fora do pré-sal e botar o lobo para cuidar do cordeiro. Mesmo se tratando de pré-sal e envolvendo trilhões de dólares não devemos pré-julgar, vamos acreditar na inocência e na boa intenção daqueles que propõem a nova empresa. Mas, cá para nós é preciso muita coragem e talento para nos convencer de que esse Congresso, totalmente desmoralizado e contrariando os especialistas internacionais, apresentem algo melhor que a Petrobrás!

Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2009.

Emanuel Cancella é advogado e secretário-geral do Sindipetro-RJ./AEPET

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