sábado, 24 de outubro de 2009

URUGUAI -Mujica aposta em voto do exterior.

Mais de 600 mil uruguaios, quase 20% da população, não moram no Uruguai. Chamados "uruguaios do êxodo" ou da "diáspora", eles partiram nos últimos 40 anos por razões políticas ou econômicas. Um terço dos emigrados vive na Argentina. O restante está nos EUA, Espanha, Austrália e Brasil. Nenhum outro país sul-americano possui esta proporção de cidadãos morando fora de suas fronteiras. "Todas as famílias uruguaias têm um integrante que está morando fora", disse o cientista político Gerardo Caetano.

A reportagem é de Ariel Palacios e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 24-10-2009.

Amanhã, esses uruguaios serão pivôs de um plebiscito que ocorrerá de forma simultânea à eleição presidencial e parlamentar. Mais de 2,5 milhões de eleitores decidirão se aprovam o voto pelo correio, que autoriza os uruguaios que vivem no exterior a votar por carta.

O voto do êxodo é costumeiramente de esquerda. Por esse motivo, a ideia do voto por carta é defendida pelo governo do atual presidente, Tabaré Vázquez, um socialista moderado que lidera a coalizão Frente Ampla, e seu candidato à sucessão presidencial, José Mujica, um ex-guerrilheiro tupamaro.

Em 2004, o voto do êxodo foi crucial para a vitória de Tabaré. Na época, 2 mil uruguaios que vivem na Argentina atravessaram a fronteira para votar. Neste ano, serão de 10 mil a 12 mil.

O governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, que manteve uma tensa relação com Tabaré, possui uma relação cordial com Mujica. Para evitar uma eventual vitória da oposição conservadora, representada por Luis Alberto Lacalle, Cristina decretou dois dias de feriado para os uruguaios que trabalham nas repartições públicas argentinas.
Fonte:IHU

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