Tudo que os tucanos não queriam aconteceu. Essa incursão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de volta à campanha com uma palestra na Casa do Saber no Rio - quando o PSDB quer escondê-lo - é puro atraso, sinônimo de falta de programa e propostas da oposição para o país. Ele colocou em discussão o Estado quando o que está em debate agora é o mercado e o capitalismo financeiro.
Questões de fundo como a regulação do mercado e a reforma e controle do sistema e do capital financeiro foram escondidas por FHC. No lugar, ele optou pela discussão do papel do Estado. Ora, esse papel ficou claro durante a turbulência financeira mundial: sem o Estado e sua ajuda aos bancos e empresas, o capitalismo teria entrado na pior e mais devastadora crise de sua história.
Além disso, o Brasil não é os Estados Unidos e nem a Europa. O papel do Estado aqui é outro, não só de um prestador de serviços públicos e regulador ou mesmo indutor do desenvolvimento, mas de um Estado que planeja, projeta, financia e executa obras de infraestrutura econômica e social.
Ex-presidente tem entendimento ultrapassado do Estado
No Brasil, o Estado é quem tem o papel de sustentar o desenvolvimento educacional e tecnológico e de financiar os investimentos por meio de bancos e fundos públicos, empresas estatais e parcerias público-privadas (PPPs). Aqui o Estado funciona - e assim deve funcionar - como a vanguarda do desenvolvimento tecnológico da nação, como promotor do bem-estar social e articulador das alianças estratégicas.
Deve ser, ainda, coordenador da expansão do comércio externo; da mudança da natureza de nossas exportações; e de nossa economia, mudá-la de exportadora de alimentos, matérias primas e semimanufaturados para produtora e exportadora de serviços e tecnologia e de capitais.
O estágio atual do Brasil requer um Estado que dirige e projeta o desenvolvimento ao qual deve ser dado um caráter nacional, social e democrático. Fora o fato de que o liberalismo de FHC - o discutido por ele no Rio - só existe hoje na sua nova forma de neoliberalismo, enterrada na crise de 2008 e na falência do modelo que só não foi implantado no Brasil na era tucana, comandada por ele, por conta da oposição da maioria da sociedade.
Fonte: Blog do Zé Dirceu.
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