![]() | Após 33 anos, Brasil reconhece o assassinato do padre João Bosco Burnier como crime político |
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O Estado brasileiro reconheceu nessa segunda-feira, dia 19, com 33 anos de atraso, que um sacerdote jesuíta A notícia é do portal da CNBB, 20-04-2010. Padre Burnier estava na delegacia ao lado do hoje bispo emérito da cidade de São Félix do Araguaia (MT), o espanhol dom Pedro Casaldáliga, que escreveu um livro no qual trata o jesuíta como um mártir. A ata na qual a Comissão Especial para os Mortos e Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça reconhece que Burnier foi uma das vítimas do regime militar foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Segundo a Comissão, o sacerdote "morreu por causas não naturais em dependências policiais por ter participado ou ter sido acusado de participação em atividades políticas". O policial que atirou no padre nunca foi processado porque o regime considerou o fato um acidente. Segundo dom Casaldáliga, testemunha do homicídio, quando ambos chegaram à delegacia para defender as mulheres que eram torturadas, Burnier teve uma grande discussão com os policiais e ameaçou denunciá-los na Justiça antes de ser agredido, golpeado na cabeça com um revólver e assassinado com um tiro na nuca. O bispo emérito relata em um de seus livros que, após a missa de sétimo dia pela morte do padre, a população de Ribeirão Cascalheira foi em procissão até a delegacia, arrombou as portas e as grades e libertou os presos. No local, foi construída posteriormente uma igreja, apesar da oposição da Polícia. Além do livro Martírio do padre João Bosco Penido Burnier de dom Casaldáliga, o também jesuíta padre Pedro Américo Maia escreveu a obra Mártir pela justiça também sobre a vida do jesuíta assassinado. O jesuíta, que se formou em teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, onde foi ordenado padre em 1946, se destacou por sua atuação no país em defesa dos índios e foi um dos membros do Conselho Missionário Indigenista (Cimi), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Nos últimos anos de vida, Burnier trabalhou como missionário em Diamantino (MT), onde cuidava de membros das etnias Bakairi e Xavante, cujas línguas ele conhecia e falava. |
Carlos Augusto de Araujo Dória, 82 anos, economista, nacionalista, socialista, lulista, budista, gaitista, blogueiro, espírita, membro da Igreja Messiânica, tricolor, anistiado político, ex-empregado da Petrobras. Um defensor da justiça social, da preservação do meio ambiente, da Petrobras e das causas nacionalistas.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
ANOS DE CHUMBO - Padre Burnier foi vítima de crime político.
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