Livro revela as histórias por trás das canções de Chico Buarque
Por trás de cada canção há sempre uma intenção. No caso de Chico Buarque, há histórias. Histórias de amores, de dores, de vidas ceifadas pela intolerância, de sentimentos que compõem a alma de todo brasileiro. Esta diversidade foi captada por Wagner Homem, que a transformou num livro delicioso e obrigatório que, não por acaso, carrega o título de “Histórias de Canções”.
As histórias relacionadas às circunstâncias em que são compostas as canções sempre despertam muita curiosidade. O cantor e compositor Toquinho afirma que, durante seus shows, esses fatos chegam a fazer mais sucesso do que a própria música. Às vezes, por falta de informação, o próprio povo cria sua interpretação, que nem sempre corresponde aos fatos.Quem não gostaria de saber pra quem foi feita esta ou aquela canção, quem é a filha dos versos “você não gosta de mim, mas sua filha gosta” ou ainda o “você” de “Apesar de você”? Ou quem são “Carolina”, “Januária”, a “Morena dos Olhos d’água”, “Beatriz” e outras tantas? Como eram as relações do letrista Chico Buarque com parceiros como Vinicius de Moraes e Tom Jobim que tiveram importância fundamental na sua carreira?
Foi pensando nisso que Wagner Homem, curador do site oficial de Chico Buarque, selecionou uma centena de histórias relacionadas à obra do compositor. Engraçadas, tristes, reveladoras ou simplesmente curiosas, essas histórias descortinam o universo em que as canções aparecem e os fatos que a elas se ligam.
Sobre o livro, o próprio Chico comentou: "Gostei da leitura, flui muito bem. Fiz algumas correções, até de erros de digitação, e assinalei-as com asteriscos. Enquanto lia, eu pensava, tenho uma história boa para contar ao Cachorrão. Mas à medida que o livro avançava, todas essas histórias apareciam. Vou pensar mais um pouco, procurar alguma anedota inédita, mas acho que você as conhece todas, melhor que eu".
Pra quem não sabe, Cachorrão é o apelido de Wagner Homem. E como essas grandes histórias precisam ser contadas, seja em prosa e verso, seja em show. Wagner escolheu as duas formas – depois do livro, onde sua pena detalha cada recanto escondido e mal iluminado da vida e obra de Chico, ele nos traz o espetáculo. Com a vantagem de se ouvir a música enquanto a história é contada; de escutar o áudio de fatos relevantes, enquanto a História é repassada diante de nossas memórias...
Para quem conhece a obra de Chico Buarque e sua importância, o show é imperdível. Para quem desconhece, é obrigatório. Cada música brota de um fato histórico, como a angustiante Angélica, feita para chorar Zuzu Angel e sua morte até hoje não esclarecida. Cada música nasce de uma peraltice, como o impagável Julinho da Adelaide e suas gaiatices com os homens da censura.
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