sábado, 24 de abril de 2010

NICARÁGUA - Golpe " a lá Honduras" a caminho?


EUA dá respaldo a oposição anti-sandinista na Nicarágua

O tênue véu com que Estados Unidos encobria suas verdadeiras intenções na Nicarágua terminou por cair, e Washington se declarou abertamente pela intervenção da OEA nos assuntos internos deste país centroamericano.

Camila Carduz, em Prensa Latina

O porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, disse nesta sexta-feira (23), na capital federal, que seu governo está preocupado pela situação atual na Nicarágua e apoiaria que a Organização de Estados Americanos (OEA) se envolva, "se isso facilitar uma solução pacífica à crise atual".

Crowley aludiu às manifestações populares desta semana na capital nicaraguense, onde ficou evidenciada a ira acumulada na população pela atuação da oposição, que manteve praticamente paralisado o Parlamento durante quase quatro meses, enquanto se mantêm em espera numerosos projetos de lei de grande impacto social.

A reação estadounidense era esperada, depois que na quarta-feira o secretário geral da OEA, José Miguel Insulza, se mostrou preocupado e se ofereceu para mediar no conflito, em resposta aos insistentes chamados dos principais líderes opositores, que invocaram a Carta Democrática Interamericana.

O governo do presidente Daniel Ortega recusou ontem os pronunciamientos de Insulza, a quem pediu que se abstenha de dar declarações, com "firulas ingerencistas". Por sua vez, a congressista de origem cubana Ileana Ros-Lehtinen, conhecida por suas posições de ultradireita, estreitamente vinculada às organizações contrarrevolucionarias cubanas na Flórida e protetora dos golpistas hondureños, não perdeu a oportunidade de atacar mais uma vez ao governo sandinista e pediu à secretária de Estado, Hillary Clinton, que dê as cartas no assunto.

A declaração do governo estadounidense joga mais lenha ao fogo e satisfaz aos principais líderes políticos opositores, pois de fato justifica e ampara a beligerância mantida durante as últimas semanas contra o governo sandinista. Com ela, Washington dá um novo passo em seus planos de desestabilização da Revolução Sandinista, desenvolvida, até agora, localmente.

Fonte: Prensa Latina

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