sábado, 17 de abril de 2010

CUBA - Aniversário da derrota dos americanos na Playa Giron.

Do blog TIJOLAÇO.

Há 49 anos, a derrota americana na Baía dos Porcos

Há exatos 49 anos, no dia 17 de abril de 1961, 1300 cubanos treinados e dirigidos pela CIA, com o apoio da aviação e de navios norteamericanos, iniciavam a mais famosa tentativa de derrubada do governo de Fidel Castro: a invasão da Baía dos Porcos, que os cubanos chamam de Playa Giron. Na véspera, Fidel havia feito um discurso proclamando o caráter socialista da revolução cubana, cujo aniversário foi comemorado ontem em Havana, como você pode ver no vídeo aí em cima, da TV cubana.
O ataque americano levou a uma crise dos EUA com a União Soviética, e foi determinante para a instalação de mísseis soviéticos na ilha, no ano seguinte, que muitos consideram ter levado o mundo à beira de uma crise nuclear.
Na noite seguinte à invasão, Nikita Kruschev, lider da URSS dirigiu uma dura carta a John Kennedy, presidente americano:

Moscou, 18 de abril de 1961, 14h (6h em Washington)

“Senhor Presidente, estou enviando-lhe esta carta numa hora de alarme, assustado com o perigo da paz em todo o mundo. Uma agressão armada teve início contra Cuba. Não é segredo para ninguém que os bandos armados invadindo aquele país foram treinados, equipados e armados nos Estados Unidos da América. Os aviões que estão bombardeando as cidades cubanas pertencem aos Estados Unidos da América, as bombas que estão lançando foram fornecidas pelo Governo Americano.”
“Tudo isso desperta aqui na União Soviética um compreensível sentimento de indignação por parte do Governo Soviético e do povo soviético.”
“Suas declarações, feitas há poucos dias atrás, de que os EUA não participariam de atividades militares contra Cuba criaram a impressão que os principais líderes dos Estados Unidos estavam levando em consideração as consequências para a paz geral, e para os próprios EUA, que uma agressão contra Cuba poderia representar. Como pode o que está sendo feito pelos Estados Unidos ser compreendido, quando um ataque contra Cuba agora se tornou um fato ?”
“Ainda não é tarde demais para evitar o irreparável. O Governo dos EUA ainda tem a possibilidade de não deixar a chama da guerra, iniciada pelas intervenções em Cuba, se tornar uma conflagração incomparável. Sr. Presidente, dirijo-me a V. Exciª um urgente apelo para que ponha um fim à agressão contra a República de Cuba. Os armamentos militares e a situação política mundial hoje em dia é tal que qualquer uma das assim chamadas “pequenas guerras” pode deflagrar uma reação em cadeia em todas as partes do mundo.”
“No que concerne à União Soviética não deve haver engano sobre nossa posição: Nós forneceremos ao povo cubano e a seu governo todo o apoio necessário para repelir o ataque armado a Cuba (…)
“(…)Espero que o governo dos EUA vá considerar nossas posições, ditadas pela única preocupação de não permitir passos que possam conduzir o mundo a uma catástrofe militar.”

Não conduziram, não. Em três dias, a “operação Magusto” da CIA acabou sofrendo uma derrota arrasadora, um das mais humilhantes fracassos da história daquele serviço secreto.

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