Do blog TIJOLAÇO.
O atoleiro dos EUA no Afeganistão
Não abrigar e proteger um hóspede (para os afegãos) é pecado tão grave, e demonstração tão série de fraqueza ou de fracasso, que o homem prefere morrer a falhar na proteção ao hóspede de sua casa. Por isso, claro, os afegãos não entregaram Osama bin Laden. A incapacidade de conciliar as exigências dos EUA e os costumes afegãos sempre esteve na raiz da guerra que os EUA lutam lá, já há oito anos.(…)
Se os EUA forem sensíveis o suficiente para admitir que os afegãos são capazes de resolver seus problemas à maneira deles, em vez de insistir em impor-lhes fórmulas made in USA, poderão dar a partida para um movimento rumo à paz e à segurança sustentáveis.
Para tanto, o primeiro passo indispensável e inadiável é a retirada. Mais guerra só fará crescer os custos e os prejuízos para os EUA e precipitará o fracasso.”
Os trechos acima são do excelente artigo “Os EUA e o atoleiro afegão”, de William Polk, que o excelente site Outras Palavras publicou terça-feira, e cuja leitura recomendo a todos. Polk tem meio século de conhecimento acumulado sobre a região, para onde foi enviado em 1962, durante o Governo Kennedy. Ele analisa os métodos e resultados da recente ofensiva americana naquele país e diz que a vitória americana sobre os talibãs é “possível, mas improvável”. E descreve, com conhecimento de causa, como é a organização natural do poder no Afeganistão, impossível de entender pelos Estados Unidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário