Num acesso típico do corporativismo que lembra seus piores momentos, as entidades médicas brasileiras condenam a vinda de médicos de outros países. Algo absolutamente normal nos Estados Unidos e na Grã Bretanha, só para citar dois exemplos.
Na última sexta-feira (21), a presidenta Dilma anunciou a vinda de cerca de 10 mil médicos estrangeiros para o país que passarão por rígidas avaliação e não serão admitidos caso não obtenham o desempenho desejado. A decisão foi reiteirada no começo desta semana pela presidenta e na última 3ª pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde). Uma medida mais do que necessária para sanar o grave problema do déficit desses profissionais, sobretudo nas regiões mais pobres do país (saiba mais).
No próximo dia 03.07, porém, os médicos programam um dia de protesto nacional contra a vinda dos profissionais da área de outros países com argumentos ruins como a falta de condições de trabalho nos hospitais, má gestão e falta de recursos. E pior: dizem que não têm responsabilidade sobre a crise da saúde pública.
Uma afirmação infeliz e descabida, em um país cujas universidades e faculdades de medicida estão sendo compradas por fundos estrangeiros, onde milhares de médicos trabalham, fazem especialização e pesquisas no exterior. Soa falsa, quando não hipócrita, essa defesa do corporativismo e da reserva de mercado pura e simples.
Exame nacional: que mal há nisso?
Agora, mais grave ainda é a recusa pela classe médica de um exame nacional como o da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Afirmam em suas notas que é uma ofensa a proposta do governo de exames de avaliação e cursos de atuação que existem em outros países, como nos Estados Unidos. Todos os médicos deveriam passar, sim, regularmente por avaliações, ou pelo menos uma vez.
Que mal há nisso? É uma norma, uma necessidade, que todos os médicos continuem estudando e se superando, fazendo especializações e se atualizando sobre novas técnicas e descobertas, novos remédios e drogas. Então que dizer que nós podemos ter engenheiros e advogados e até empresas estrangeiras, hospitais, faculdades e centros de pesquisas no Brasil. Podemos exercer essas profissões e ter empresas em outros países. Podemos, ainda, estudar e pesquisar no exterior, mas não podemos ter médicos estrangeiros trabalhando no Brasil?
Uma contradição que – apesar das reivindicações serem legítimas – revela muito da posição das entidades médicas. Será que não ouviremos vozes discordantes entre os nossos médicos?
Recomendo a todos que leiam uma excelente análise sobre o tema publicada Blog de Pedro Porfírio, em maio de 2013, sob o título "Por que os médicos cubanos assustam ", que traz um gráfico sobre o déficit de médicos no país que faço questão de reproduzir:
Na última sexta-feira (21), a presidenta Dilma anunciou a vinda de cerca de 10 mil médicos estrangeiros para o país que passarão por rígidas avaliação e não serão admitidos caso não obtenham o desempenho desejado. A decisão foi reiteirada no começo desta semana pela presidenta e na última 3ª pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde). Uma medida mais do que necessária para sanar o grave problema do déficit desses profissionais, sobretudo nas regiões mais pobres do país (saiba mais).
No próximo dia 03.07, porém, os médicos programam um dia de protesto nacional contra a vinda dos profissionais da área de outros países com argumentos ruins como a falta de condições de trabalho nos hospitais, má gestão e falta de recursos. E pior: dizem que não têm responsabilidade sobre a crise da saúde pública.
Uma afirmação infeliz e descabida, em um país cujas universidades e faculdades de medicida estão sendo compradas por fundos estrangeiros, onde milhares de médicos trabalham, fazem especialização e pesquisas no exterior. Soa falsa, quando não hipócrita, essa defesa do corporativismo e da reserva de mercado pura e simples.
Exame nacional: que mal há nisso?
Agora, mais grave ainda é a recusa pela classe médica de um exame nacional como o da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Afirmam em suas notas que é uma ofensa a proposta do governo de exames de avaliação e cursos de atuação que existem em outros países, como nos Estados Unidos. Todos os médicos deveriam passar, sim, regularmente por avaliações, ou pelo menos uma vez.
Que mal há nisso? É uma norma, uma necessidade, que todos os médicos continuem estudando e se superando, fazendo especializações e se atualizando sobre novas técnicas e descobertas, novos remédios e drogas. Então que dizer que nós podemos ter engenheiros e advogados e até empresas estrangeiras, hospitais, faculdades e centros de pesquisas no Brasil. Podemos exercer essas profissões e ter empresas em outros países. Podemos, ainda, estudar e pesquisar no exterior, mas não podemos ter médicos estrangeiros trabalhando no Brasil?
Uma contradição que – apesar das reivindicações serem legítimas – revela muito da posição das entidades médicas. Será que não ouviremos vozes discordantes entre os nossos médicos?
Recomendo a todos que leiam uma excelente análise sobre o tema publicada Blog de Pedro Porfírio, em maio de 2013, sob o título "Por que os médicos cubanos assustam ", que traz um gráfico sobre o déficit de médicos no país que faço questão de reproduzir:
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