O que significa a queda de Dilma
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Primeiro: seria inimaginável que os protestos não tivessem impacto profundo sobre o prestígio da presidenta Dilma Rousseff.
O que o Datafolha trouxe – uma queda de 27 pontos na aprovação presidencial – era previsível, neste momento.
O que importa verdadeiramente é o que vem daqui pela frente, depois que for restabelecida a rotina.
Aí sim será possível averiguar o tamanho dos danos impostos a Dilma e sua candidatura.
Se o desconforto com Dilma perseverar, isso vai significar que as eleições de 2014 estarão sob uma enorme incógnita – elas que pareciam absolutamente definidas até algumas semanas atrás.
Trabalhemos com essa possibilidade, a mais provável neste momento.
A maior dúvida vai se instalar não na oposição – mas no próprio PT.
Continuar com Dilma ou recorrer a Lula?
Vai ser um processo sofrido, complexo, doloroso. Mas se Dilma aparecer cambaleante nas futuras pesquisas de intenções de voto – um conjunto delas, naturalmente, e num prazo razoável de tempo — a substituição fatalmente será feita.
Ainda que o próprio Lula relute, as circunstâncias o empurrarão para as eleições.
Mas ainda é uma incógnita se a perda de prestígio terá desdobramentos nas pesquisas de intenção de voto.
Por uma razão poderosa: nenhum candidato da oposição se beneficiou dos protestos.
Não se viu e nem se verá um único cartaz que clame por Aécio ou que evoque, de alguma forma, o PSDB.
Marina pode ser a exceção entre os candidatos declarados?
Pode. Mas não muito.
Ninguém nas ruas parecia remotamente interessado em Marina, mas ela não está tão associada ao tradicional universo político que é objeto de tamanha rejeição.
Marina parecia morta depois do episódio Feliciano, no qual ela atribuiu as críticas ao pastor principalmente ao fato de ele ser evangélico e não a suas posições homofóbicas.
Eu próprio escrevi que ela morrera abraçada a Feliciano, mas agora vale a pena observar as próximas pesquisas de intenção de voto.
Fora da política convencional, há o nome de Joaquim Barbosa.
Quando as manifestações foram usurpadas por conservadores, JB apareceu forte numa pesquisa do Datafolha.
Mas era previsível: se você vai a um restaurante caro e faz uma pesquisa, JB vai ficar em primeiro lugar e Aécio terá menções expressivas.
Mas o Brasil não é um restaurante caro.
JB é um heroi – ou uma esperança — da mesma tribo conservadora que votou em Serra em 2006 e em 2010.
A imagem consolidada de representante dos interesses do chamado 1% é mortal para as pretensões de JB ou de quem deseje vê-lo no Planalto.
Como a mídia é a voz do 1%, vai-se falar muito de JB nos próximos meses na tentativa de inflá-lo.
Mas a questão essencial, para 2014, residirá dentro da própria situação: Dilma ou Lula?
A resposta virá da voz rouca das ruas, nas pesquisas de intenção de voto pós-protestos.
O que o Datafolha trouxe – uma queda de 27 pontos na aprovação presidencial – era previsível, neste momento.
O que importa verdadeiramente é o que vem daqui pela frente, depois que for restabelecida a rotina.
Aí sim será possível averiguar o tamanho dos danos impostos a Dilma e sua candidatura.
Se o desconforto com Dilma perseverar, isso vai significar que as eleições de 2014 estarão sob uma enorme incógnita – elas que pareciam absolutamente definidas até algumas semanas atrás.
Trabalhemos com essa possibilidade, a mais provável neste momento.
A maior dúvida vai se instalar não na oposição – mas no próprio PT.
Continuar com Dilma ou recorrer a Lula?
Vai ser um processo sofrido, complexo, doloroso. Mas se Dilma aparecer cambaleante nas futuras pesquisas de intenções de voto – um conjunto delas, naturalmente, e num prazo razoável de tempo — a substituição fatalmente será feita.
Ainda que o próprio Lula relute, as circunstâncias o empurrarão para as eleições.
Mas ainda é uma incógnita se a perda de prestígio terá desdobramentos nas pesquisas de intenção de voto.
Por uma razão poderosa: nenhum candidato da oposição se beneficiou dos protestos.
Não se viu e nem se verá um único cartaz que clame por Aécio ou que evoque, de alguma forma, o PSDB.
Marina pode ser a exceção entre os candidatos declarados?
Pode. Mas não muito.
Ninguém nas ruas parecia remotamente interessado em Marina, mas ela não está tão associada ao tradicional universo político que é objeto de tamanha rejeição.
Marina parecia morta depois do episódio Feliciano, no qual ela atribuiu as críticas ao pastor principalmente ao fato de ele ser evangélico e não a suas posições homofóbicas.
Eu próprio escrevi que ela morrera abraçada a Feliciano, mas agora vale a pena observar as próximas pesquisas de intenção de voto.
Fora da política convencional, há o nome de Joaquim Barbosa.
Quando as manifestações foram usurpadas por conservadores, JB apareceu forte numa pesquisa do Datafolha.
Mas era previsível: se você vai a um restaurante caro e faz uma pesquisa, JB vai ficar em primeiro lugar e Aécio terá menções expressivas.
Mas o Brasil não é um restaurante caro.
JB é um heroi – ou uma esperança — da mesma tribo conservadora que votou em Serra em 2006 e em 2010.
A imagem consolidada de representante dos interesses do chamado 1% é mortal para as pretensões de JB ou de quem deseje vê-lo no Planalto.
Como a mídia é a voz do 1%, vai-se falar muito de JB nos próximos meses na tentativa de inflá-lo.
Mas a questão essencial, para 2014, residirá dentro da própria situação: Dilma ou Lula?
A resposta virá da voz rouca das ruas, nas pesquisas de intenção de voto pós-protestos.
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