domingo, 16 de junho de 2013

ECONOMIA - Isso é o capitalismo: obsolescência programada.

Comprar e jogar fora: motor da sociedade de consumoPDFImprimirE-Mail
(Prensa Latina) Em um quartel de bombeiros em Livermore, Califórnia (Estados Unidos) funciona desde 1901 sem interrupção uma lâmpada elétrica fabricada em 1895 em Shelby, Ohio.

O inventor Adolphe Choillet criou um filamento para que a lâmpada tivesse longa vida.

Um século depois, em muitos países, a duração média de um telefone móvel é de só um ano, enquanto que um computador pode chegar a dois. Quanto às lâmpadas, sete bilhões vão para o lixo anualmente em todo o planeta.

Atualmente, a maioria das empresas desenham produtos com o objetivo de que durem menos tempo, aumentando assim suas vendas. Essa prática estendida a todo tipo de indústria, é conhecida como obsolescência programada.

Assim, muita gente não sabe que quando vai comprar um aparelho eletrônico, a vida útil do produto está pré-determinada. Um negócio redondo para as empresas e os bancos; mas não para o meio ambiente, para o consumidor e para a sociedade.

Entre os que denunciam esta prática de produção para a comercialização, há pessoas como Benito Muros, um empresário espanhol que lidera o chamado Movimiento sin obsolescencia programada (movimento sem obsolescência programada). Ele afirmou à imprensa em Havana que os artigos duram muito pouco de maneira pré-meditada.

Muros ajudou a desenvolver lâmpadas que podem durar mais de 100 mil horas, que reduzem o consumo em 92% em relação às incandescentes e 68,4% em relação às de baixo consumo, com a redução em 70% das emissões contaminantes de dióxido de carbono à atmosfera.

A lâmpada de Muros equivale a uma de 60 watts, mas só consome 6,5 watts e pode durar 80 anos.

Para este empresário, "se uma lavadora poderia durar 30 ou 40 anos, não seria preciso comprá-la três ou quatro vezes durante toda sua vida".

O especialista levou à ilha caribenha sua ideia de construir a primeira lâmpada elétrica do mundo que poderia ser consertada e poderia ser totalmente fabricada em Cuba no futuro.

Muros expressou à imprensa nacional que escolheu Cuba para esta experiência peloÂáapego dos cubanos à proteção das pessoas e do meio ambiente.

"Para mim, Cuba é um lugar estratégico, com qual tenho intimidade. É como meu segundo país, com o qual compartilho os termos de sustentabilidade e meio ambiente (...) aqui se preocupam com as pessoas, em fazer as coisas duradouras e de uma maneira diferente a como se fazem as coisas no ocidente", agregou.

O visitante disse em conferência de imprensa em Havana que tinha elaborado com o Ministério cubano de Indústria um memorando de entendimento para discutir a transferência dessa tecnologia, para desenhar e posteriormente produzir lâmpadas de 6,5 watts e luminosidade comparável às incandescentes de 100 watts.

De acordo com vários pesquisadores, a lâmpada foi possivelmente o primeiro produto que tenha sido vítima da chamada obsolescência programada. A iniciativa veio depois da reunião de um grupo de magnatas em Genebra no dia de natal de 1924 para criar a Phoebus, o primeiro cartel para controle da produção de lâmpadas, e repartir entre eles o mercado mundial.

Queriam trocar patentes, controlar a produção e os consumidores, para que comprassem lâmpadas com regularidade. Se durassem muito, era uma desvantagem econômica.

Foi batizada como obsolescência programada ou planificada por que já na fase de desenho o fabricante calcula o fim da vida útil de um produto para que seja velho ou imprestável após um tempo pré-determinado, como as lâmpadas atuais.

Por meio desse mecanismo, todos os produtos vão falhar em algum momento, o que obriga os consumidores a comprar outros para os substituir e começar novamente o ciclo de compra.

Este conceito tem por objetivo o lucro econômico sem que o cuidado e o respeito pelo meio ambiente tenham valor algum. Nem o respeito pelo ser humano tem valor dentro desse conceito, pois cada produto obsoleto implica poluição ambiental quando é jogado fora.

ocs/abm/cc

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