O governo Dilma enfrenta a primeira grande onda de reprovação ao seu governo. As críticas juntam setores antipetistas e petistas, organizações sociais e meio empresarial, mercado e críticos do mercado.
O ponto em comum em todas elas: a excessiva centralização e o fechamento a qualquer demanda externa.
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Da sucessão de críticas que começam a emergir, há três certezas:
1. Se nada for feito agora, a crise de imagem explodirá em plena eleição.
2. Apesar dos inúmeros problemas enfrentados, Dilma tem credibilidade e bala na agulha para virar o jogo. Não há problemas sociais de monta, há uma visão estratégica conduzindo-a e a economia está longe do caos apontado pela mídia do eixo Rio-São Paulo.
3. Sua saída de cena, para dar lugar a Lula (hipótese que o próprio Lula abomina), como pretendem alguns setores do PT, deflagraria a mais sangrenta batalha política que o país já assistiu em tempos democráticos. Seu descarte não interessa a nenhum brasileiro minimamente responsável, nem no PT nem na oposição.
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A oportunidade de reverter o desgaste será no início do segundo semestre, antes da próxima rodada de concessões públicas - que, desta vez, promete da certo.
Mas o sinal terá que ir muito além das concessões.
No domingo, o Jornal GGN publicou longa entrevista que Dilma me concedeu. Nela, há clareza sobre os objetivos a serem perseguidos. Falta a estratégia sobre como chegar lá.
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O problema de fundo, do modelo Dilma, é a excessiva centralização imposta ao governo.
A centralização sobrecarregou a presidente e criou um Ministério amorfo. Nenhum Ministro se sente responsável pelas políticas do seu próprio Ministério. Os Ministros responsáveis continuam trabalhando, mas sem força. E os medíocres usam a centralização como álibi para nada fazer.
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Passo 1 - reconstruir canais institucionais de participação externa. Assim como no CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) e no Minha Casa, Minha Vida, há que se reabrir o espaço para que a sociedade civil. Há três canais obstruídos de participação: a Casa Civil, da Ministra Gleize Hoffmann, a articulação política, da senadora Ideli Salvatti, e o Ministério da Justiça, de José Eduardo Cardozo.
Passo 2 - uma mudança ministerial graúda, eliminando os apáticos e os que, há tempos, colocaram o governo em segundo plano para cuidar de suas pretensões políticas.
Passo 3 - reestruturação organizacional no Ministério, colocando ministérios menores sob a coordenação de Ministérios maiores, conferindo poder e autonomia aos coordenadores, além de sistemas para definir as prioridades, o acompanhamento dos trabalhos e a cobrança de resultados a posterior. Ao presidente cabe libertar-se das amarras do dia a dia para a correta avaliação política e estratégica. O lema desse segundo tempo deveria ser: "Definir, delegar e cobrar".
Passo 4 - ampliar as interlocuções informais para fora da macroeconomia. De Getúlio a Lula, todos os presidentes tinham olheiros, radares, pessoas de confiança junto ao meio empresarial e político para alimentá-los de informações de cocheira. Getúlio tinha Valentim Bouças, Lula tinha (e ainda tem) Antonio Pallocci. Sem canais informais confiáveis, Dilma continuará desarmada
Fonte: Luis Nassif
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