sábado, 15 de junho de 2013

CHINA - Os novos imperialistas?

Investidores chineses negociaram com o governo da Zâmbia para extrair recursos naturais do país e, em troca, encher os cofres do governo local. Os acordos recentes aconteceram na Zâmbia, mas negociações semelhantes entre chineses e africanos vêm ocorrendo em outras partes do continente também.
Muitos imigrantes chineses se mudaram para cidades e vilas rurais africanas, onde criaram empresas de construção e instalaram minas de cobre, carvão e pedras preciosas, construíram hotéis, restaurantes e geraram empregos.  Eles ergueram escolas e hospitais. Mas casos de corrupção, abuso de trabalhadores e a ocultação de ações criminosas também começaram a tumultuar a relação entre os chineses e os africanos.




Os chineses conseguiram realizar pelo menos uma coisa impressionante na África, eles criaram uma situação desconfortável para todo mundo. Os norte-americanos estão inquietos, preocupados (e talvez com ciúmes) dos investimentos rápidos e rentáveis ​​da China em todo o continente e com a ajuda desenvolvimentista que a China oferece em algumas áreas. Os europeus têm apenas de olhar para os números do comércio para perceberem que estão perdendo espaço no mercado africano: a porcentagem das exportações da África que a China recebe disparou de 1% para 15% na última década, enquanto a fatia das exportações da União Europeia para o gigante asiático caiu de 36% para 23% no mesmo período. A China é hoje o maior parceiro comercial da África.
Alguns africanos estão melindrados com uma relação que consideram desequilibrada. Reclamam que a China toma posse de recursos naturais africanos e muitas vezes favorece mão-de-obra e equipamentos chineses, sem transferir habilidades e tecnologias para o continente.  ”A China leva nossos bens primários e nos vende os manufaturados. Esta foi também a essência do colonialismo”, criticou Lamido Sanusi, o governador do Banco Central da Nigéria, em artigo publicado no Financial Times no início deste ano.
O comércio entre China e África movimentou mais de US $ 200 bilhões em 2012, 20 vezes o que era em 2000, quando Pequim anunciou uma política de engajamento acelerado no continente. Foi um período de forte crescimento, em parte, graças à demanda asiática por recursos africanos. Mas um boom de commodities, de serviços e um aumento dos gastos dos consumidores africanos coincidiu com o declínio relativo da produção de manufaturados no continente, de 12,8 % para 10,5%  do PIB regional, segundo dados da ONU.


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