Corregedoria da PF investiga policiais da Lava Jato, diz revista
De acordo com reportagem de Veja, sindicância apura eventuais ilegalidades praticadas por delegados e agentes federais no Paraná na obtenção de provas contra investigados pela operação policialReportagem publicada pela revista Veja neste fim de semana informa que a Corregedoria da Polícia Federal, em Brasília, abriu sindicância para apurar eventuais ilegalidades praticadas por policiais federais que atuam na Operação Lava Jato no Paraná. Segundo a revista, delegados e agentes lotados em Curitiba são investigados sigilosamente sob a suspeita de terem recorrido a expedientes ilegais, como a instalação de escutas clandestinas, para obter provas.
A reportagem destaca o caso do doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do esquema de corrupção na Petrobras, que encontrou, de acordo com Veja, um transmissor de voz escondido sobre o forro do teto de sua cela. Os corregedores, sustenta a publicação, suspeitam que delegados tenham instalado o aparelho para obter provas.
“Em privado, delegados próximos da cúpula da Polícia Federal admitem que o objetivo da ‘operação paralela’ é carimbar a Lava Jato com suspeitas de irregularidades – o que, fatalmente, abriria caminho para questionamentos judiciais sobre a operação e poderia resultar, em última análise, em sua anulação”, diz a reportagem de Rodrigo Rangel e Hugo Marques.
Operações de grande repercussão nacional, como a Castelo de Areia, que envolvia a Camargo Corrêa – também investigada na Lava Jato –, e a Satiagraha, que levou o banqueiro Daniel Dantas à cadeia, foram anuladas pela Justiça sob a alegação de que abusos e ilegalidades foram cometidos durante as investigações.
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso afirma que, mesmo que seja comprovada a suspeita de interceptação ilegal na Lava Jato, isso não seria suficiente para desqualificar toda a operação. “Se essa prova paralela não representa o início da investigação, então ela é declarada nula, sem prejudicar as demais provas”, afirmou o ex-ministro à revista.
Ex-diretor da Interpol, o delegado Jorge Pontes disse que suspeita da existência de um grupo de pessoas “já cooptadas” para tentar comprometer as investigações. “Isso aí é uma tentativa da corrupção institucionalizada de criar no seio da polícia uma contenda que tem a intenção de jogar alguma dúvida sobre essa investigação”, declarou à Veja.
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