Aos 31 anos, o indiano Parag Khanna chegou aonde poucos chegaram. Pesquisador da Fundação Nova América, foi um dos conselheiros de política externa da campanha vitoriosa de Barack Obama. Em 2007, concluiu uma volta ao mundo que durou dois anos, passou por 50 países e rendeu o livro Segundo Mundo - Impérios e Influência na Nova Ordem Global (560 páginas, editora Atlas), que será lançado amanhã no Brasil.
Khanna diz que vivemos em um mundo multipolar dominado por três impérios: EUA, Europa e China, que tentam construir suas esferas de influência. O jogo será decidido por uma amálgama de nações emergentes - Índia, Rússia e Brasil, entre outras -, que serão o fiel da balança em um novo equilíbrio de poder.
(…) Você escreveu seu livro antes da crise financeira dos EUA e da vitória russa na guerra da Ossétia. Sua visão da geopolítica mundial ainda é a mesma?
É. A Rússia não faz parte do “G-3″. De jeito nenhum. Ela representa uma fração mínima da economia mundial e sua saúde financeira piorou após a invasão da Geórgia. (…) A Rússia nunca mais será uma superpotência.
E a crise americana alterou sua opinião em alguma medida?
Não. Há algum tempo venho enfatizando a falência da economia americana. Com o crescimento de outros modelos capitalistas na Europa e na China, o fim da hegemonia dos EUA era inevitável.
(…) Você acha que o novo governo se reaproximará da América Latina?
Os EUA terão de se aproximar da América Latina. Principalmente se quiserem competir com a Ásia. Isso ocorrerá quando Washington acordar para a necessidade de obter energias alternativas e novas parcerias industriais.
(…) Como será a relação de Obama com Cuba?
Obama deixou claro que haverá mudanças. Acho que EUA e Cuba estão mais próximos do diálogo do que do isolamento. O mesmo vale para o Irã.
Que papel terá o Brasil nessa nova ordem?
Estou muito otimista quanto ao Brasil por causa de sua economia diversificada, de seu corpo diplomático altamente treinado e muitas outras razões. Acho que o Brasil será protagonista em muitas áreas, como meio ambiente, comércio e desenvolvimento.
Fonte:Blog do Desemprego Zero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário