Um juiz federal ordenou a libertação de cinco presos de Guantánamo, em Cuba, argumentando que o governo americano falhou em mostrar que eles eram "combatentes inimigos".
Os cinco eram argelinos, presos na Bósnia, em 2002. Inicialmente, o governo americano afirmou que eles eram suspeitos da explosão na embaixada do país em Sarajevo.
O juiz Richard Leon emitiu a ordem para cinco casos de detidos em Guantánamo que estavam contestando sua prisão já que o governo falhou em mostrar a preponderância de evidência de que qualquer um deles planejavam viajar ao Afeganistão para pegar em armas contra os Estados Unidos.
Os cinco foram presos com o testemunho de uma única pessoa e isso trouxe questões de credibilidade, confiança e corroboração das provas de que eles eram "facilitadores" da rede terrorista Al Qaeda, disse o juiz.
Eles foram trazidos à prisão de suspeitos de terrorismo em Guantánamo em 2002 e, cinco anos depois, os EUA retiraram as acusações de envolvimento com a explosão na embaixada.
Leon, nomeado por Bush ao cargo um dia antes dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, disse reconhecer que o governo poderia apelar, mas alertou: "Eu também tenho o direito de apelar ao Departamento de Justiça, o FBI, a CIA e ao Departamento de Defesa".
"Meu apelo é que vocês observem as evidências, apresentadas e negadas, do caso destes cinco detentos", disse. Um tradutor dizia frase a frase a sentença do juiz aos presos que ouviam tudo por telefone.
A decisão representa mais uma derrota do governo do atual presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, cuja administração defendia a existência da prisão, muito contestada por críticos e pelo presidente eleito, Barack Obama.
O Departamento de justiça de Bush disse "discordar da decisão da Corte". "Nós vamos revisar a decisão no que diz respeito aos cinco presos. Obviamente estamos desapontados e discordamos da decisão da Corte de que nós não apresentamos provas suficientes", disse o porta-voz do departamento, Peter Carr.
Futuro
Ao menos outros 200 presos têm apelações pendentes nas cortes americanas. Cerca de 250 presos ainda estão em Guantánamo, uma redução significativa dos 750 homens de 40 países que chegaram a ocupar as celas simultaneamente.
Obama afirmou no domingo (16) que pretende fechar de vez a prisão de Guantánamo, para recuperar "a estatura moral dos EUA no mundo".
"Eu afirmei várias vezes que tinha a intenção de desativar Guantánamo, e continuarei assim, e é isso que farei", disse Obama, em uma entrevista na televisão. "Afirmei várias vezes que os EUA não torturam. E vou me certificar de que não torturamos. Isso faz parte dos esforços para recuperar a estatura moral dos EUA no mundo", indicou.
Fonte: Site do O Vermelho.
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