A cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil, segundo dados da Fundação Perseu Abramo. De acordo com a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, as violências contra as mulheres vão desde o físico até o psicológico, dentro e fora de casa. Na sua avaliação, uma violência gera outra. Para conscientizar a população sobre a importância de denunciar essas agressões foi lançada nesta quinta-feira a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, cujo slogan deste ano é: Comprometa-se!
Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, a ministra disse que não há como afirmar se a violência contra as mulheres aumentou. Assinalou, entretanto, que o número de denúncias cresceu e deve ser cada vez maior. De acordo com ela, isso se deve à resposta das mulheres a Lei Maria da Penha e as campanhas de incentivo ao relato de agressões.
De acordo com a ministra, é preciso conscientizar a sociedade de que a violência contra a mulher não é um problema de mulheres. Para Nilcéia, uma outra campanha - Homens pelo fim da violência - , tem o objetivo conscientizar a população masculina e arrecadar assinaturas de homens que são não aceitam a violência contra a mulher.
- Não adianta imaginarmos que vamos enfrentar a violência contra as mulheres sem a colaboração dos homens. Sem que os homens entendam que a violência contra as mulheres os prejudica, prejudica suas famílias, os seus filhos. É preciso que eles atuem ativamente. Então, precisamos não só da solidadriedade dos homens, precisamos que eles atuem ativamente - afirmou.
Entre as ações do pacto nacional para o enfrentamento da violência contra as mulheres, está a educação de crianças e jovens que visa a diminuir as futuras agressões. O pacto quer pôr em prática as políticas públicas, aumentar as delegacias, realizar treinamento de policias para saber como lidar com a violência contra a mulher e implantar os centros de reabilitação dos agressores.
Nilcéia informa que uma outra ação prevista no pacto é mutirão de assistência jurídica a mulheres que estão presas, lançado no início do mês. O número de mulheres presas, ressaltou, está aumentando.
- Segundo os dados do Departamento Penitenciário Nacional é a questão do tráfico de drogas. Muitas mulheres, em geral jovens, são presas em função da atividade criminosa de pais, namorados e companheiros, que elas, consciente ou inconscientemente, ajudam no tráfico - disse.
Fonte: Jornal Correio do Brasil.
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