Sebastião Ramos.
A Constituição afirma que, em matéria de religião, o Brasil é um país laico. Mas pergunto: somos mesmo um país laico? Não temos mesmo religião oficial? Não é o que se percebe ao adentrar uma repartição pública e observarmos em seus prédios "símbolos religiosos", como crucifixos, imagens esculpidas postados nos lugares mais destacados. Ultimamente, virou febre se erigir imagens em praças públicas. Como existe uma mudança na cultura religiosa no mundo, inclusive no Brasil, surgem polêmicas entre as pessoas, que, por sua vez, se traduzem em ações jurídicas e políticas em forma de projetos de leis, baseadas no princípio da equidade no campo da religião.
A propósito, uma entidade reconhecida nacionalmente como "Brasil para Todos", (que conta com o apoio de líderes religiosos, juristas, políticos, acadêmicos e ONGs) se encarregou de entrar com várias representações no Ministério Público e petições no Conselho Nacional de Justiça, pedindo que todos os símbolos religiosos sejam removidos dos espaços públicos. Outras cidades e estados também se mobilizam.
Em Fortaleza, o assunto também não passou despercebido por conta de um projeto do vereador Paulo Elpídio, do PSB. Observe os seus argumentos sobre o assunto: "O Brasil é um país laico, ou seja, não possui nenhuma religião oficial... Portanto, o Estado não pode servir de suporte para entronização e/ou manutenção, nos edifícios ou nas dependências dos órgãos públicos, de símbolos religiosos".
Ao assumir o cargo, o prefeito Luiz Eustáquio, de Ponte Nova, (MG), mandou remover todos os símbolos religiosos das repartições públicas da cidade. O arquiteto e urbanista, Romeu Duarte, da UFC, disse recentemente ao O Povo que a instalação de imagens nos espaços públicos é um desrespeito, e dá a idéia de favorecimento a uma religião, além de descaracterizar esses espaços. Citou, por exemplo, as imagens que foram erigidas recentemente: A de Nossa Senhora de Fátima, na Avenida 13 de maio, e a de Santa Edwiges, no bairro Moura Brasil. As entidades que compõem o "Brasil para Todos" sempre têm recorrido à justiça, alegando não haver o mesmo tratamento para as demais religiões.
Em hospitais públicos também são feitas despesas com a edificação ou reforma de capelas. Para se ter uma idéia, a exemplo, a imagem de Nossa Senhora, em Juazeiro do Norte, irá custar aos cofres públicos nada menos que 1,1 milhão. Se estes recursos públicos fossem direcionados para o tão combalido SUS, ou para a educação, poderiam melhorar o nível cultural das pessoas e salvar muitos que se encontram morrendo à mingua, nas filas, pela falta de uma simples consulta ou exame laboratorial.
Parece que a situação começou a mudar de figura. O juiz da Comarca de Diamantina, José Roberto Canducci, determinou a retirada em 30 dias da imagem de Nossa Senhora da Conceição, localizada no trevo de acesso à cidade, sob pena de multa diária no valor de 10 salários mínimos. O ex-prefeito da cidade e a Igreja Católica terão que restituir aos cofres públicos a importância dispendida na confecção do monumento (R$ 6.725,00), além dos custos judiciais.
É preciso que as autoridades se conscientizem, de que as verbas públicas devem ser utilizadas para o bem estar social e não para financiar religião X ou Y. As instituições, por serem de caráter público, não pertencem a um dono próprio, "privativo", pertencem ao povo, e, portanto, chegou a hora dos poderes constituídos coibirem esta gastança.
Não se pode mudar, de repente, uma cultura que advém de longas datas, mas os tempos são outros. Vivemos numa época "ímpar" da história humana. Todas as coisas se tornaram passíveis de questionamentos, sejam de cunho político, filosófico, científico, e, porque não, no campo da religião? As próprias crenças, que eram "imexíveis, inabaláveis", já são vistas por outro ângulo. Não foi por mero acaso que o apóstolo Paulo, por inspiração divina, proclamou: "A cena deste mundo está mudando". Ao passo que o mundo continua em marcha acelerada para o seu conflito final, a sociedade tem que deixar de lado a mesmice, uma vez que as circunstâncias da vida tendem a nos empurrar para uma outra direção.
Quando o rei Josias assumiu o trono em Jerusalém, recebeu a autorização de Jeová para demolir os chamados postes sagrados, as imagens fundidas e entalhadas de todo o país, e os altares dos baalins (2 Crônicas 34: 1 - 5). Com isto, não estou querendo dizer que as imagens devam ser removidas de modo arbitrário. Chega de intolerância religiosa pelo mundo afora. Vivemos num país regido por uma constituição que tem suas leis funcionando, apesar dos pesares. Além do mais, cristãos genuínos devem continuar dando o seu melhor exemplo, por serem obedientes às autoridades, e por pagarem sempre a César as coisas de César. Atos 5: 27 - 29
Concernente, Babilônia, a Grande: O Império Mundial da Religião Falsa, qual o seu futuro? Em termos proféticos, a Bíblia vem alertando que Deus irá fazer uma varredura total, através do instrumento maior, a ONU (Organização das Nações Unidas). Quais seriam estas religiões? Certamente, as que não estão em harmonia com a palavra de Deus transcrita na Bíblia. (Leia Revelação/Apocalipse 17: 16, 17)
Se os legisladores criarem leis eficazes, com certeza muitos políticos irão recuar de usar verbas públicas abusivamente para fins eleitoreiros. Assim, sobrará mais dinheiro nos cofres públicos para investimentos na educação, saúde, moradia e emprego e, acima de tudo, proporcionará harmonia e paz mental dentro das repartições públicas e, o mais elementar, o principio da equidade no campo da religião.
Fonte:Blog SRDZ.
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