Eduardo Patriota.
Estiver conversando estes dias sobre algo que é recorrente quando se discute sobre assuntos como política, religião e história: para quê saber? A pergunta é mais pertinente do que parece, e muitas pessoas realmente não fazem questão de se manterem informadas sobre assuntos e temas que não estejam estritamente relacionados ao seu cotidiano. Embora este seja um tema amplo e sério o suficiente para ser tratado por especialistas no assunto, como educadores e filósofos, me arrisco a expor minha visão pessoal e prática sobre a importância de se saber mais do que o mínimo.
Primeiramente, precisamos saber o que é o mínimo e o que está além dele. O mínimo é o conhecimento que precisamos para viver. Isso inclui aquele necessário para desempenhar bem o trabalho, os estudos obrigatórios para se obter um diploma e conhecer as regras mínimas de convivência em sociedade (simplificando, seria a ética). Para além deste mínimo, temos conhecimentos em diversas áreas que podem ser cultivados: entretenimento, esportes, artes, tecnologia, política, religião, ciências, etc. No âmbito pessoal, não há área mais ou menos louvável. Se você gosta e se dedica às artes, ótimo. Mas no âmbito coletivo, podemos dizer que conhecer, por exemplo, sobre política seria essencial.
A política deveria ser prioridade, aliás. Platão já dizia que nenhum cidadão estaria realmente exercendo sua cidadania se não fizesse parte da política local. Mas a política traz consigo a necessidade de se conhecer outras áreas, como história, geografia e religião. Povos politizados tendem a conter a tirania de governos autoritários e promover melhorias em benefício geral da nação. E o contrário também é verdade. Mas para além do conhecimento sobre política, seria importante saber muito mais?
Certamente, uma pessoa com uma vasta gama de conhecimentos é mais interessante em todos os círculos: profissional, pessoal, passional, etc. Além disso, pessoas com conhecimentos em diversas áreas tornam-se menos manipuláveis e mais influentes. Indo ainda mais além do conhecimento prático do mundo, temos a pura reflexão e filosofia. Pessoas que pensam sobre questões existenciais tendem a conhecer melhor a si mesmas e adquirem objetivos de vida mais claros (mesmo que seja passar a vida pensando sobre a vida). Provavelmente, seguindo a lógica dos fatos, também devem ser pessoas menos propensas às seduções da mídia e dos pensamentos massificados (como a idéia de nascer, crescer, se casar, ter filhos, envelhecer e morrer). São pessoas em busca de algo mais, constantemente incomodadas com o absurdo da existência, da consciência.
Por fim, saber, refletir seria bom? Bem, se você se contenta com aquela vidinha (sim, estou desprezando isso) pacata e previsível, se você é feliz com isso, eu diria que não seria bom. A verdade pode criar um vácuo de sentido nas coisas que poderia levar à constante depressão e tristeza em viver. Mas se você se incomoda com injustiças praticadas ou tem aquelas pequenas perguntas dentro de você que o incomodam, eu diria que é primordial adquirir conhecimento e/ou refletir para não acabar angustiado e, ainda, reverter esse estado em coisas boas para você e/ou para os outros.
Fonte:Blog Uma Visão do Mundo.
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