Gustavo Chacra, Sderot
Em uma estrada que leva à passagem de Erez, usada para entrar na Faixa de Gaza, dezenas de repórteres e câmeras de TV disputavam um espaço no alto de um morrinho em busca do melhor ângulo para filmar. Jornalistas belgas, japoneses, alemães e israelenses faziam expressão de tensão, como se estivessem em meio a bombardeios, como é o caso de seus colegas da rede de TV Al-Jazira, que tem uma equipe em Gaza. Na realidade, estavam no meio de um pasto diante de jovens soldados israelenses com aparência de cansaço.
As tevês israelenses exibiam imagens da cidade mais alvejada pelos foguetes palestinos. O problema é que, apesar das dezenas de Kassam que caíram sobre Sderot nos últimos anos, a cena não é de destruição, pelo menos para quem já viu cidades como Khiam e Bint Jbeil, no sul do Líbano, após uma guerra que não deixou quase nenhum prédio de pé.
No centro de imprensa, membros da chancelaria israelense dão assistência para conseguir entrevistas e concedem todo o tipo de informação. Autoridades e analistas estão disponíveis para responder a qualquer questão.
A dificuldade da cobertura é que não existe o lado palestino. Ou pelo menos do Hamas, já que a Autoridade Palestina pode ser procurada em Ramallah, na Cisjordânia. Alegando razões de segurança, Israel não permite a entrada de jornalistas na Faixa de Gaza.
A Associação de Imprensa Estrangeira de Israel conseguiu na Justiça que o governo israelense liberasse a entrada de um número reduzido de jornalistas no território palestino.
Em conversa com o Estado, que pediu para ser incluído no grupo, Glenys Sugarman, que dirige a associação, disse que a prioridade será de membros do grupo, que tem um total de 500 filiados - este repórter não integra a organização. Destes, dez poderão se juntar aos jornalistas da Al-Jazira para mostrar o outro lado.
Fonte:CMI/Estadão.
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