Economista diz que BC é 'feudo inimigo' e defende juros menores.
Por Redação - de Brasília
Conceição Tavares questiona o BC.
A economista Maria da Conceição Tavares, professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), classificou o Banco Central (BC) como “feudo inimigo” e criticou a política monetária adotada pela instituição, que, segundo ela, é baseada em juros altos.
– Ninguém, nenhum país, está mantendo taxas de juros absurdas. O que atrasa é que no Brasil temos duas nações. Uma amiga, que é a Petrobras e um feudo inimigo, que é o Banco Central – disse, nesta quinta-feira, a professora no Seminário Internacional sobre Desenvolvimento, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Maria da Conceição afirmou que o BC atua como um “feudo”, desde o tempo da ditadura, “quando o ministro do Planejamento não mandava no Banco Central. Ele se limitava a não cumprir, como ministro”, as decisões do banco. Para a economista, as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deveriam ser realizadas com mais freqüência, reduzindo o intervalo atual de 45 dias entre os encontros, em função da crise financeira internacional.
Ela defendeu a redução urgente da taxa básica de juros, a Selic.
– Somos vítimas de uma ideologia conservadora de mais de 20 anos, quando tínhamos o problema grave de inflação. Isso não existe mais. Todos, até mesmo os alemães, se espantam com a nossa ortodoxia – completou.
Como forma de minimizar os efeitos da crise no país, Maria da Conceição defendeu também que o BC obrigue os bancos a expandir o crédito.
– Banqueiro é banqueiro, é uma profissão. Se o BC facilitar, eles agradecem. Se não mandar banqueiro se comportar, ele não vai se comportar. A nossa estabilidade bancária está ótima. Vem a crise, o governo libera os bancos do compulsório, dá mais liquidez, mas os banqueiros sentam em cima do caixa. Mas o governo não está obrigando (a emprestar). Tem que obrigar – ressaltou.
Fonte:Correio do Brasil.
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