sexta-feira, 6 de março de 2009

FORÇAS ARMADAS DA COLÔMBIA AMEAÇAM INTERVIR NA VENEZUELA E EQUADOR.

Ao reivindicar para as Forças armadas da Colômbia o direito de intervirem militarmente na Venezuela e no Equador o ministro da Defesa de Uribe gerou uma crise politica de consequências imprevisíveis.

Os presidentes Hugo Chavez e Rafael Correa reagiram imediatamente com firmeza, sublinhando que as declarações de Juan Manuel Santos configuram uma ameaça à estabilidade na Região que tripudia sobre a soberania dos seus países.

O ministro, que pretende candidatar- se à Presidência da Republica, sugere que o Exercito colombiano atravesse as fronteiras para perseguir grupos armados que ele define como terroristas . A alusão as FARC é transparente.

Segundo Santos, essas operações seriam «um acto de legitima defesa» no âmbito de «uma doutrina cada vez mais aceite pela comunidade e o direito internacional».

Cabe recordar que tal doutrina foi formulada pelo imperialismo estadounidense durante a guerra do Vietnam para justificar ataques ao Laos e ao Camboja, e foi repudiada pelas Nações Unidas como inaceitável e perigosa.

As Forças Armadas da Colômbia - as mais poderosos da América Latina, com mais de 400.000 combatentes - decidiram, entretanto, apoiar a posição assumida pelo ministro da Defesa e pediram ao presidente Uribe, em carta assinada pelos altos comandos militares, que convoque o Conselho Superior de Segurança para se pronunciar sobre a questão.

Compreensivelmente, a manobra provocatória suscitou receio e indignação no Equador e na Venezuela.

No seu protesto, o presidente Rafael Correa recordou a agressão armada colombiana que há um ano foi executada com o apoio dos EUA e teve por objectivo o assassínio do comandante Raul Reyes e a liquidação de um destacamento das FARC acampado em Sucumbios. E reagindo à ameaça, advertiu o governo de Bogotá de que não cometa o erro de voltar a agredir o Equador, porque «na América Latina já não há lugar hoje para aspirantes a imperadorzitos».

Em Washington os media divulgaram as declaraçoes de Santos e o apoio do Exercito à sua sugestão, mas a Casa Branca não se manifestou ate agora sobre o desafio ao direito internacional que o projecto do ministro colombiano envolve

Nenhum comentário: