Leonardo Sakamoto.
Dos 36 deputados federais que compõem a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, 16 são da bancada ruralista. Também se estabeleceram, por recomendação de suas lideranças, nas Comissões de Agricultura (como sempre), de Constituição e Justiça e na de Relações Exteriores.
É esperado que os parlamentares que defendem o agronegócio se estabeleçam em pontos-chave para tentar garantir que suas agendas sejam as escolhidas. É triste que tenham se aninhado desta vez na Comissão de Meio Ambiente, pois é pública e notória a agenda negativa para essa área defendida por eles. No ano passado foram intensas suas articulações para rever a legislação de proteção ambiental, como o Código Florestal – visto como entrave ao desenvolvimento da agricultura e pecuária pela bancada. Ou, em outras palavras, entrave ao lucro fácil com base na exploração irracional e predatória da terra e dos recursos naturais, sem preocupação com o presente e o futuro.
Ruralistas já deram suas investidas em outras comissões, como a que trata de trabalho, arrepiando os cabelos de quem defende os direitos dos trabalhadores. Por sorte, a nuvem de gafanhotos não é tão grande a ponto de inviabilizar uma oposição a eles. Mas não sabemos até quando.
Tanto este governo quanto o passado não fizeram muito para tornar o país menos dependente da exportação de commodities agropecuárias – pelo contrário. Com isso, cresce o poder dessa bancada, que deriva da força econômica da base que os sustenta. Enquanto o meio ambiente, os trabalhadores e as populações tradicionais contam com suas próprias forças para resistir.
Fonte:Blog do Sakamoto.
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