terça-feira, 5 de maio de 2009

REFLEXÕES DE FIDEL - CUBA, PAÍS TERRORISTA?

QUINTA-FEIRA, 30 de abril, foi um dia infeliz para os Estados Unidos. Nesse dia, decidiram mais uma vez incluir Cuba na lista de países terroristas. Comprometidos como estão com seus próprios crimes e mentiras, talvez o próprio Obama não podia se desfazer desse enredo. Um homem cujo talento ninguém nega, deve sentir-se envergonhado com esse culto às mentiras do império. Cinquenta anos de terrorismo contra nossa Pátria vêm à luz num instante.

O quê explicar àqueles que conhecem do fato atroz da sabotagem a um avião em pleno voo, com os passageiros e a tripulação; da participação dos Estados Unidos nos fatos; do recrutamento de Orlando Bosch e Posada Carriles, e do fornecimento de explosivos, fundos e da cumplicidade dos órgãos de inteligência e das autoridades desse país? Como explicar a campanha de terror antes e depois da invasão mercenária à Baía dos Porcos, os ataques a nossas costas, povoados, instalações de transporte e de pesca, as ações terroristas dentro e fora dos Estados Unidos? Como explicar as centenas de planos frustrados de atentados contra a vida de dirigentes cubanos? O que dizer da introdução de vírus como o do dengue hemorrágico, e a febre suína que geneticamente nem sequer existia no hemisfério? Apenas menciono alguns dos atos de terror perpetrados pelos Estados Unidos, os quais constam nos próprios documentos desclassificados. Será que tais fatos não causam vergonha à atual administração?

Seria interminável a lista de atividades nojentas que poderia enumerar.

A pedido nosso, Bruno Rodríguez, ministro das Relações Exteriores de Cuba, enviou-me as palavras textuais da pergunta que um repórter da France-Presse fez-lhe em 30 de abril e sua resposta contundente.

Rigoberto Díaz, da AFP: "Coincidindo com os momentos finais desta reunião e também sobre um tema que foi tratado neste evento, o governo dos Estados Unidos incluiu Cuba mais uma vez na lista de países que incentivam o terrorismo, junto ao Sudão, ao Irã e à Síria. Gostaria saber sua opinião a respeito disso."

Resposta de Bruno:

"Nós não reconhecemos nenhuma autoridade nem política nem moral ao governo dos EUA para fazer lista alguma, em nenhum tema, nem para ‘certificar’ boas ou más condutas.

"O governo de Bush foi ‘certificado’ pela opinião pública mundial como um governo violador do Direito Internacional, agressivo, belicista, como um governo que tortura, como um governo responsável por execuções extrajudiciais.

"Bush foi o único presidente que se gabou publicamente, no Congresso norte-americano, de ter realizado execuções extrajudiciais; um governo que seqüestrou pessoas e as transferiu ilegalmente, que criou cárceres secretos, que ninguém sabe se ainda os mantêm; que criou um campo de concentração onde se pratica a tortura na porção de território usurpado à República de Cuba.

"Em matéria de terrorismo, o governo dos EUA tem um longo histórico de ações de terrorismo de Estado, não só contra Cuba.

"Nos Estados Unidos passeiam livremente Orlando Bosch e Posada Carriles, responsáveis por numerosos atos terroristas, inclusive pela explosão de um avião civil cubano em pleno voo. Não respondem ao pedido de extradição da Venezuela a respeito de Posada Carriles, que é julgado por diversas acusações, mas não por ser um conhecido terrorista internacional.

"O governo dos Estados Unidos realizou um processo arranjado contra os cinco jovens lutadores antiterroristas cubanos, que hoje permanecem como presos políticos em seus cárceres.

"O governo dos Estados Unidos protege atos de terrorismo de Estado, cometidos por Israel contra o povo palestino e os povos árabes. Guardou silêncio diante dos crimes ocorridos na Faixa de Gaza.

"De modo que não se deveria reconhecer aos Estados Unidos a menor autoridade moral e eu, francamente, acredito que ninguém se importa nem lê esses documentos, entre outras questões, porque seu autor é um delinqüente internacional em muitos dos temas que critica.

"A posição de Cuba contra toda manifestação e forma de terrorismo, seja lá onde for cometida, contra qualquer Estado que se cometer, da maneira que for cometida, com qualquer propósito que se proclamar, é clara e consistente com sua atuação.

"Cuba tem sido vítima do terrorismo por muitos anos e tem uma folha de serviços completamente limpa nesta matéria. O território cubano jamais foi utilizado para organizar, financiar ou executar atos terroristas contra os Estados Unidos da América. O Departamento de Estado, que emite esses relatórios, não poderia dizer a mesma coisa."

Esta declaração, emitida na reunião de chanceleres do Movimento dos Países Não-Alinhados, ainda não é muito conhecida pela população, que nestes dias recebeu abundantes notícias de todo o tipo. Se o Departamento de Estado deseja discutir com Bruno, existem suficientes elementos de juízo para sepultá-lo com suas próprias mentiras.
Fonte:Granma Internacional.

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