segunda-feira, 3 de agosto de 2009

ISRAEL - Polícia pede o indiciamento de Lieberman.

A polícia de Israel recomendou à ProcuradoriaGeral do país o indiciamento do ministro de Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, por crimes como fraude, corrupção e lavagem de dinheiro. As autoridades policiais consideraram que existem provas suficientes contra o líder ultranacionalista após investigações cobrindo um período de nove anos. A Procuradoria-Geral de Israel precisa agora decidir se aprova o pedido de indiciamento do chanceler — cujo partido Yisrael Beitenu é aliado-chave do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu — antes que Lieberman possa ser formalmente acusado. A decisão pode levar semanas ou até meses para sair.

Lieberman negou todas as irregularidades e disse ser alvo de perseguições da polícia há 13 anos.

A notícia é do jornal O Globo, 03-08-2009.

“Não havia razão séria para abrir a investigação contra mim e, se as suspeitas tivessem algum fundamento, a investigação não teria durado mais de uma década”, disse Lieberman, em uma declaração.

“Quanto mais poder político o Yisrael Beitenu ganhou, maiores foram as tentativas de me tirar da vida pública"

Condenações poderiam somar 31 anos de prisão A polícia informou que os detetives encerraram as investigações e acreditam existirem provas suficientes também para acusações de apropriação indevida do dinheiro público, recebimento de propina e obstrução da Justiça. A sentença máxima para todos os crimes juntos seria de 31 anos de prisão.

A declaração da polícia diz que a investigação começou em 2006, cobrindo acontecimentos ocorridos desde 2000.

A prova-chave contra Lieberman, desta vez, veio de uma fonte política que descobriu evidências de que o agora chanceler poderia ter se envolvido em esquemas ilegais — embolsando US$ 2,64 milhões e posteriormente esquentado o dinheiro com empresas fantasmas — durante sua passagem pelos ministérios do Transporte, da Infraestrutura e de Assuntos Estratégicos.

Lieberman, que se tornou chanceler em março depois que seu partido, o ultranacionalista Yisrael Beitenu, ficou em terceiro lugar nas eleições, seria o último de uma série de políticos israelenses alvo de questionamentos por corrupção.

Há um ano, Ehud Olmert foi forçado a renunciar ao cargo de primeiro-ministro por uma investigação sobre corrupção, apesar de ter negado participação em fraudes.

O partido Yisrael Beitenu é alvo de críticas por suas posições consideradas discriminatórias contra a minoria árabe residente em Israel.

Ontem, a polícia de Israel expulsou cerca de 50 palestinos de um bairro árabe em Jerusalém Oriental e depois autorizou que judeus se mudassem para as casas desocupadas, numa medida que gerou críticas de palestinos, das Nações Unidas e do Departamento de Estado americano.

Polícia alega cumprir ordem da Suprema Corte

A polícia chegou antes do amanhecer e cercou parte do bairro de Sheikh Jarrah, segundo informou Chris Gunness, porta-voz da agência da ONU para refugiados palestinos. Os palestinos pertenciam a duas famílias e tiveram que deixar seus lares sob a mira de armas. Funcionários da ONU relataram terem visto logo em seguida veículos chegando nas casas com a mudança de judeus israelenses.

A polícia israelense alegou estar cumprindo uma decisão da Suprema Corte de que as casas pertenciam originalmente a judeus e que, portanto, as famílias árabes moravam lá ilegalmente. Segundo Gunness, elas estavam lá há mais de 50 anos.

Jerusalém Oriental é uma das áreas mais explosivas do conflito árabe-israelense. A região foi anexada por Israel em 1967, embora a anexação não tenha sido reconhecida por outros países. A comunidade internacional pressiona Israel para cessar o despejo de palestinos, alegando que isso compromete as negociações e viola planos de paz acordados internacionalmente.

— Agora nossos futuro está nas ruas — disse Khawla Hanoun, uma das moradoras expulsas, de 35 anos.
Fonte:IHU

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