segunda-feira, 9 de novembro de 2009

CASO UNIBAN - " A REAÇÃO DA UNIVERSIDADE FOI COERENTE COM A DOS AGRESSORES".

''A reação da universidade foi coerente com a dos agressores'', afirma procuradora de Justiça

Luiza Nagib Eluf, procuradora de Justiça MP-SP, avalia que a posição da Uniban "é uma forma extremamente machista de avaliar uma situação de violência, na qual a vítima pode ser seu próprio algoz".

A entrevista é do jornal O Estado de S. Paulo, 09-11-2009.

Eis a entrevista.

O que acha da expulsão?

Presenciamos uma situação ultrapassada: culpar a mulher pelas agressões que sofre. É uma forma extremamente machista de avaliar uma situação de violência, na qual a vítima pode ser seu próprio algoz. Há algum tempo havia o pensamento de que a mulher era estuprada por culpa dela, que provocava o homem que a estuprou. Já vi muita violência contra mulher, mas jamais imaginei que a universidade fosse oficialmente praticar violência contra ela.

Qual o papel da universidade?

Dar exemplo de democracia como uma casa do saber, mas ela preferiu tomar uma medida retrógrada, preconceituosa e ilegal. Sim, porque a Constituição proíbe a discriminação da mulher e prevê que tenha os mesmos direitos que os homens. A universidade existe para ser um local de aprendizado e devia ter usado seu espaço para refletir sobre o caso, jamais penalizar a moça. A reação da universidade foi coerente com a dos agressores, deixando claro que foi Geisy que provocou a reação dos alunos. A partir desse ato, entendemos porque são verdadeiros trogloditas.

O que Geisy deve fazer agora?

No mínimo entrar com uma ação judicial milionária contra a universidade, por danos morais. A roupa não era escandalosa, a moça que é exuberante. A expulsão foi o ápice da tragédia. A Uniban tem que pagar e a sociedade, refletir.
Fonte:IHU

Um comentário:

Juh disse...

Este caso me chamou a atenção pelo quanto foi divulgado, mas ainda mais pela atitude em si dos alunos da universidade...achei horrivel a maneira que a trataram, pois, jamais se deve julgar alguém pela roupa que é usada, e mesmo que tal pessoa estiver errada por usa-la, não são os alunos que devem puni-la, muito menos daquela forma.