Confesso que estou há semanas tentando escrever sobre Chico Xavier, sem conseguir. Em alguns momentos achei que não teria conhecimento suficiente para emitir opiniões sobre o maior líder espírita dos tempos modernos. Em outros, não me senti preparada para discutir seus ensinamentos lúcidos e lógicos. Mas, na verdade, o que eu temia, era ser piegas e sentimentalista, atributos que Chico, com certeza, nunca aprovaria.
Mas resolvi tomar coragem e dizer publicamente o que sinto em relação a esse ser humano tão diferente de todos nós. Poderíamos chamá-lo de santo, mas acho que ele não gostaria de ser chamado assim. Entretanto seu comportamento único, humilde e desprovido de coisas materiais nos faz pensar e discutir dogmas e preceitos religiosos, tradicionais ou não, ou até mesmo aqueles inventados recentemente para conquistar a fé de incautos, presas fáceis , ao relento... nas depressões da vida.
Não vou discutir aqui a fé de ninguém. Nem mesmo a minha. Acho que seria impossível se chegar a alguma conclusão, mas, convenhamos, o homem era mesmo especial. Num momento como esse, de crise na igreja católica com tantas denúncias de abusos sexuais e pedofilia, falar de coisas simples que Chico ensinava é como um bálsamo à nossa esperança de que não se está aqui nesse planeta só por estar. Existe muito mais a aprender do que se imagina.
A prova está no filme "Chico Xavier", que bateu o recorde da história recente do cinema brasileiro em apenas um fim de semana. O longa foi visto por cerca de 590 mil pessoas . O filme estreou na última sexta-feira, 2 de abril, dia em que Chico completaria 100 anos.
No filme, muita gente pode ver o que sempre se ouvira falar sobre ele, que Chico nasceu pobre e morreu da mesma maneira, ajudando a todos, pregando apenas o bem e os ensinamentos de Jesus, sem no entanto ter tido o merecido respeito. Pelo menos das instituições, ditas “religiosas”.
Chico chegou a ser discriminado, como um charlatão, em algumas situações, curandeiro, em outras, e até feiticeiro, em muitas, sem nunca ter se rebelado ou respondido com agressividade a seus opositores. Tudo o que fez foi apenas pregar a verdade e celebrar o privilégio da vida que Deus nos deu, sem nenhum interesse que não fosse o bem.
Curioso tudo isso. Basta surgir alguém com idéias puras e verdadeiras nesse mundo tão violento, controvertido, interesseiro, podre de conceitos familiares e sociais que ele passa a ser "persona non grata" e aí é combatido por quem está a serviço do interesse, único e absoluto, de viver às custas da boa fé dos infelizes e miseráveis do mundo.
E olha … ai de quem não acredita no bem que Chico plantou, porque tem tanta coisa ruim acontecendo mundo afora, tanta gente infeliz e mal resolvida reclamando da vida hoje, que nada melhor do que uma mensagem como esta, para nos dar uma lição diária de que viver é a melhor coisa do mundo. Chico disse com a propriedade de quem "sabe das coisas", desse e do outro lado da vida:
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”
Obrigada Chico, por você ter existido algum dia entre nós! |
CHICO XAVIER, 100 ANOS
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