quarta-feira, 31 de julho de 2013

MÍDIA - "Liberdade de empresa", "liberdade de imprensa".

Fábio de Oliveira Ribeiro

Quando o governo tenta regular o negócio da imprensa, os jornalistas gritam dizendo que isto ofende a "liberdade de imprensa" como se esta fosse igual à "liberdade de conservar monopólios midiáticos" e "capitanias hereditárias jornalísticas". A confusão conceitual entre "liberdade de imprensa" e "liberdade de empresa" já foi desfeita por um grande teórico do jornalismo brasileiro http://www.midiaindependente.org/pt/red/2010/08/475561.shtml, mas segue beneficiando os barões da mídia. Eles tem voz publica e o Estado não publica uma linha de notícias porque está desprovido de mídia própria.

A "liberdade de imprensa" permite ao dono da empresa de comunicação escolher a enfase e o enfoque que dará às notícias, bem como o direito de perseguir aquelas que estão sendo escondidas do público. Mas a imprensa não pode e não deve deliberadamente esconder notícias, principalmente quando as mesmas se referem a crimes. Afinal, quem favorece  criminosos pode ser considerado co-autor dos crimes cometidos.


Há duas semanas uma parte da mídia escrita noticia a ROUBALHEIRA TUCANA no Metrô de São Paulo 
http://www.viomundo.com.br/denuncias/istoe-assalto-tucano-em-sao-paulo-foi-de-r-425-milhoes.html. Mas nenhum telejornal repercutiu os fatos apurados e discutidos na imprensa escrita. Isto é de se estranhar, principalmente se considerarmos a eterna dobradinha entre Veja e Jornal Nacional, que permitiu a Rede Globo divulgar e amplificar todas as denuncias da Abril Cultural contra o governo petista divulgados nos finais de semana fossem as mesmas verdadeiras ou absolutamente mentirosas. Quando as denuncias graves de crimes são contra o "tucanato paulista" a dobradinha revistas/TV não funcionou. Por que?

A deliberada ocultação pelos telejornais de uma rede criminosa que "tungou" recursos públicos por mais de uma década é evidente. Evidente e suspeita, pois São Paulo gastou e gasta centenas de milhões de reais em propaganda nas redes de TV que mantém telejornais. Se foram pagos para sonegar informações da quadrilha tucana, os donos das redes de TV são co-autores dos crimes cometidos pelos tucanos. Não dúvida quanto a isto, pois é o que consta do Código Penal. Onde está o MP que não denuncia os barões da mídia televisada como co-autores dos desmandos cometidos pelos tucanos ladrões do Metrô?


Ironia, ironia... na pior das hipóteses os donos das redes de TV estão cometendo o crime de ocultação de cadáver. O defunto neste caso é político e pode ser um ex-governador (José Serra), um governador em exercício (Geraldo Alckimin) e mesmo o próprio PSDB. Ha, ha, ha...

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