Enviado por luisnassif
Juliana Fratini
Com a popularidade em baixa, a presidente Dilma se quer tem encontrado apoio de seu grupo partidário, que já informou que o governo precisa promover mudanças em três áreas sensíveis, quais sejam a economia, comunicação e articulação política.
Contudo, antes do anúncio do PT a respeito de tais pontos, estes vinham sendo criticados intensamente tanto em veículos de comunicação diversos quanto por demais interessados em política, além da oposição. Isso sem contar a timeline do Facebook da maior parte das pessoas, que segue com informações degenerativas a respeito do governo e a conduta de Dilma.
Ocorre que Dilma, mais que o governo em si, tem enfrentado um grande problema: a falta de apoio político. Dilma, afinal, tem levado chumbo por todos os motivos e de todos os lados, sendo um dos “menos usuais” o custo do cabelo e da maquiagem a cada pronunciamento...
A comunicação apontada como deficiente não é apenas um problema de forma – quando há queixas a respeito de a maneira de a presidente se comunicar – , mas também de conteúdo. Neste sentido, para atender o clamor das ruas (para tratar de um caso recente), Dilma seguiu a risca os princípios da retórica e da governança petista, sem mais bem considerar que as demandas sociais mudaram, incluindo a necessidade da realização de políticas de caráter (neo)liberais para atende-las, embora isto possa ir na contra-mão do que rege a retórica e a governança de esquerda.
Tanto é preciso rever o modo de governar do PT (e esta responsabilidade não recai somente a Dilma, mas ao conjunto do governo e do próprio partido– portanto, não seria o caso de ela levar chumbo sozinha), que a economia vêm sofrendo com o risco de estagflação pela ausência do equilíbrio de políticas fiscais e monetárias. E aqui, o que novamente chama a atenção é que velhas práticas deixaram de ser compatíveis com necessidades atuais para garantir estabilidade, crescimento e satisfação social.
Quanto a questão da articulação política, não deixa de ser um problema de comunicação, mas também é de conduta. Desde a posse era sabido que Dilma não contava com experiência política, mas sim gerencial, o que não a impediu de ser respeitada, embora seja com frequência mal vista por membros do partido e aliados. A proposta do plebiscito para a reforma política e a falta de apoio para a realização deste num momento tão crítico do país (apesar das dificuldades instrumentais para a implantação e o custo), só mostrou, mais uma vez, que ela não encontra apoio para lidar com um problema que pertence, na realidade, um todo muito maior.
É desalentador o fato de que Dilma, que sempre foi criticada por sua conduta centralizadora e de ser (supostamente) direcionada por seu mentor Lula, quando por fim expõe uma proposta para se aproximar da população e eleitorado, é então ainda mais rechaçada. A insatisfação é tão grande que absolutamente todos possuem uma solução a respeito do que fazer, não apenas sobre a proposta de reforma política, mas também em todas as áreas que precisariam de mudanças. Todo mundo vê, todo mundo trata dos problemas e propõe uma solução, sem que, na realidade a líder se faça, de fato, considerada.
Seria um problema de liderança? Por que Dilma não encontra apoio? Esta falta de apoio é, provavelmente, o que levará o PT, num futuro próximo, a ter cada vez mais sua credibilidade perdida – e não apenas a credibilidade de Dilma. É mais realista considerar que a presidente não é a causadora exclusiva de sua baixa credibilidade atual, mas sim que ela é mais uma peça na engrenagem – engrenagem esta muito falha representada por uma esquerda que não se atualizou.
Dilma, disciplinada que é, seguiu o “bom senso partidário”. Como líder nas atuais circunstâncias, é cobrada como qualquer um, porém, qualquer outro petista no lugar dela, que fosse escolhido pelo ícone Lula para substituí-lo, enfrentaria desafios similares enquanto mantivesse a tradicional retórica e a governança de esquerda. Nenhum candidato a presidente (eleito) indicado por Lula poderia reformar a esquerda em um mandato. Dilma, portanto, ainda merece apoio e credibilidade por ser quem é e estar na posição em que está, pois faz o que pode, e o melhor que pode. E, sobretudo, merecia agora um apoio ainda mais forte de seu partido, aliados e demais simpatizantes para que a esquerda continue a governar (ou de quem quer que tenha interesse nisso). E merecia também apoio da população, para incentivar, em especial, a mudança de paradigmas dentro da própria esquerda, do PT e também sociais no que se refere a maneira de se fazer política.
Juliana Fratini
Com a popularidade em baixa, a presidente Dilma se quer tem encontrado apoio de seu grupo partidário, que já informou que o governo precisa promover mudanças em três áreas sensíveis, quais sejam a economia, comunicação e articulação política.
Contudo, antes do anúncio do PT a respeito de tais pontos, estes vinham sendo criticados intensamente tanto em veículos de comunicação diversos quanto por demais interessados em política, além da oposição. Isso sem contar a timeline do Facebook da maior parte das pessoas, que segue com informações degenerativas a respeito do governo e a conduta de Dilma.
Ocorre que Dilma, mais que o governo em si, tem enfrentado um grande problema: a falta de apoio político. Dilma, afinal, tem levado chumbo por todos os motivos e de todos os lados, sendo um dos “menos usuais” o custo do cabelo e da maquiagem a cada pronunciamento...
A comunicação apontada como deficiente não é apenas um problema de forma – quando há queixas a respeito de a maneira de a presidente se comunicar – , mas também de conteúdo. Neste sentido, para atender o clamor das ruas (para tratar de um caso recente), Dilma seguiu a risca os princípios da retórica e da governança petista, sem mais bem considerar que as demandas sociais mudaram, incluindo a necessidade da realização de políticas de caráter (neo)liberais para atende-las, embora isto possa ir na contra-mão do que rege a retórica e a governança de esquerda.
Tanto é preciso rever o modo de governar do PT (e esta responsabilidade não recai somente a Dilma, mas ao conjunto do governo e do próprio partido– portanto, não seria o caso de ela levar chumbo sozinha), que a economia vêm sofrendo com o risco de estagflação pela ausência do equilíbrio de políticas fiscais e monetárias. E aqui, o que novamente chama a atenção é que velhas práticas deixaram de ser compatíveis com necessidades atuais para garantir estabilidade, crescimento e satisfação social.
Quanto a questão da articulação política, não deixa de ser um problema de comunicação, mas também é de conduta. Desde a posse era sabido que Dilma não contava com experiência política, mas sim gerencial, o que não a impediu de ser respeitada, embora seja com frequência mal vista por membros do partido e aliados. A proposta do plebiscito para a reforma política e a falta de apoio para a realização deste num momento tão crítico do país (apesar das dificuldades instrumentais para a implantação e o custo), só mostrou, mais uma vez, que ela não encontra apoio para lidar com um problema que pertence, na realidade, um todo muito maior.
É desalentador o fato de que Dilma, que sempre foi criticada por sua conduta centralizadora e de ser (supostamente) direcionada por seu mentor Lula, quando por fim expõe uma proposta para se aproximar da população e eleitorado, é então ainda mais rechaçada. A insatisfação é tão grande que absolutamente todos possuem uma solução a respeito do que fazer, não apenas sobre a proposta de reforma política, mas também em todas as áreas que precisariam de mudanças. Todo mundo vê, todo mundo trata dos problemas e propõe uma solução, sem que, na realidade a líder se faça, de fato, considerada.
Seria um problema de liderança? Por que Dilma não encontra apoio? Esta falta de apoio é, provavelmente, o que levará o PT, num futuro próximo, a ter cada vez mais sua credibilidade perdida – e não apenas a credibilidade de Dilma. É mais realista considerar que a presidente não é a causadora exclusiva de sua baixa credibilidade atual, mas sim que ela é mais uma peça na engrenagem – engrenagem esta muito falha representada por uma esquerda que não se atualizou.
Dilma, disciplinada que é, seguiu o “bom senso partidário”. Como líder nas atuais circunstâncias, é cobrada como qualquer um, porém, qualquer outro petista no lugar dela, que fosse escolhido pelo ícone Lula para substituí-lo, enfrentaria desafios similares enquanto mantivesse a tradicional retórica e a governança de esquerda. Nenhum candidato a presidente (eleito) indicado por Lula poderia reformar a esquerda em um mandato. Dilma, portanto, ainda merece apoio e credibilidade por ser quem é e estar na posição em que está, pois faz o que pode, e o melhor que pode. E, sobretudo, merecia agora um apoio ainda mais forte de seu partido, aliados e demais simpatizantes para que a esquerda continue a governar (ou de quem quer que tenha interesse nisso). E merecia também apoio da população, para incentivar, em especial, a mudança de paradigmas dentro da própria esquerda, do PT e também sociais no que se refere a maneira de se fazer política.
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