Raul Longo
SÓ HAVERÁ PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE
QUANDO TODOS RENEGAREM OS HIPÓCRITAS:
Banco do Vaticano é o principal acionista da maior indústria de armamentos do mundo
Postado por Daniela Novais 13:06:00 15/02/2013
Via Atrevete a pensar – Tradução do Limpinho&Cheiroso -
Talvez poucas pessoas saibam que a fábrica de armas Pietro Beretta
Ltda. (a maior indústria de armas no mundo) é controlada pela Holding
SpA Beretta e que o acionista majoritário da Holding SpA Beretta, depois
de Gussalli Ugo Beretta, é o Instituto para Obras de Religião (IOR),
comumente conhecido como Banco do Vaticano, instituição privada, fundada
em 1942 pelo Papa Pio 12 e com sede na Cidade do Vaticano.
A história por trás de tudo isso é a seguinte:
Roma
não foi construída em um dia, tampouco o Vaticano, e menos ainda sua
opulência atual. Isso tem suas raízes no século 4 da era cristã, quando o
imperador Constantino se converteu ao cristianismo e colocou à
disposição do papa Silvestre I uma fortuna colossal – de fato o
transformou no primeiro papa rico na história.
A
Igreja Católica é a única organização religiosa do mundo que tem como
quartel-general um estado independente: a cidade do Vaticano. Com seus
0,44 quilômetro quadrado de superfície o Vaticano é muito menor do que
muitos campos de golfe no mundo; e para percorrê-lo sem pressa não se
necessita muito mais que uma hora; contar suas riquezas, contudo,
levaria bastante mais tempo.
A
moderna opulência do Vaticano baseia-se na generosidade de Benito
Mussolini que, graças à assinatura do Tratado de Latrão entre seu
governo e o Vaticano, outorgou à Igreja Católica uma série de garantias e
medidas de proteção. A Santa Sé conseguiu que a reconhecessem como um
estado soberano, beneficiou-se com a isenção fiscal de sua propriedade
para beneficiar seus cidadãos, que não precisavam pagar os direitos
aduaneiros pelo que importavam do exterior. Foi-lhe concedida imunidade
diplomática e seus diplomatas começaram a desfrutar dos privilégios da
profissão, igual assim como os diplomatas estrangeiros reconhecidos
junto à Santa Sé. Mussolini prometeu introduzir o ensino da religião
católica em todas as escolas do país e deixou a instituição do casamento
sob a égide das leis canônicas, que não admitiam o divórcio. Os
benefícios que o Vaticano recebeu foram enormes, dentre eles, os
benefícios fiscais foram preponderantes.
Em
1933, o Vaticano mais uma vez demonstrou sua capacidade de estabelecer
negócios lucrativos com os governos fascistas. A concordata de 1929,
assinada com Mussolini, foi seguida por outra entre a Santa Sé e o 3º
Reich de Hitler. O gestor Francesco Pacelli foi uma das figuras-chave do
pacto com Mussolini: seu irmão, o cardeal Eugênio Pacelli, futuro papa
Pio 12, foi responsável pela negociação como secretário de Estado do
Vaticano, assinando um tratado com a Alemanha de Hitler. Pio 12 conhecia
bem a Alemanha. Ele fora núncio em Berlim, durante a 1ª Guerra Mundial,
e depois, como secretário de Estado de Pio 11, teve inúmeras
intervenções no rumo que estava tomando a política alemã. Nesta
qualidade interveio decisivamente na encíclica de Pio 11, conhecida como
Mit brennender sorge (que se pode traduzir “Com preocupação ardente”). A
iniciativa da encíclica partiu, ao contrário do que se acredita, dos
bispos alemães, sendo o primeiro rascunho escrito em Roma pelo Cardeal
Faulhaber. O então cardeal Pacelli, que fala alemão, deu-lhe a forma
final, apresentada a Pio 11, sendo então assinada e publicada. Apesar da
constante e grande pressão mundial, o papa Pio 12 sempre se negou a
excomungar Hitler e Mussolini; seu pontificado foi caracterizado pela
adoção de uma falsa postura de neutralidade. Quando os nazistas
invadiram a Polônia, o papa Pio 12 se recusou a condenar a invasão; uma
das maiores vantagens que obteria o Vaticano do muito lucrativo acordo
que mantinha com Hitler era a confirmação de Kirchensteuer, um imposto
eclesiástico; trata-se de um imposto estadual que ainda hoje os fiéis
alemães devem pagar, e só podem escapar se renunciarem à sua religião.
Na prática, muito poucos renunciam. Este imposto representa por si só
entre 8 e 10% dos impostos totais arrecadados pelo governo alemão.
Os números do Vaticano
Estima-se
que o Vaticano seja o dono de cerca de 20% a 30% dos imóveis da Itália,
incluindo igrejas, escolas, hospitais, clínicas e até hotéis.
Beatriz
Olivon - No final de fevereiro, o papa Bento 16 deixará o cargo. Assim,
ele deixa de ser chefe do Estado da cidade do Vaticano, o menor Estado
do mundo em tamanho e um dos menores em população. O Estado da cidade do
Vaticano tem 0,44 quilômetro quadrado, sendo o menor estado
independente do mundo, de acordo com o banco de dados do livro CIA, o
World Factbook. O Vaticano tem pouco mais de 800 moradores – 836, de
acordo com estimativas de julho de 2012, só há dois estados com menos
habitantes. Em 2011, a força de trabalho somava 2.800 pessoas, a maior
parte delas mora fora do Vaticano e está empregada na área de serviços.
Estima-se
que o Vaticano seja o dono de cerca de 20% a 30% dos imóveis da Itália,
incluindo igrejas, escolas, hospitais, clínicas e até hotéis. Durante a
crise econômica, um antigo imposto sobre bens imóveis que tinha sido
extinto retornou e a oposição pediu que ele também fosse aplicado às
propriedades do Vaticano.
Crise - Assim
como seus pares na Europa, o Vaticano também sentiu a crise financeira.
O livro da CIA afirma que nem o Vaticano escapou das dificuldades
financeiras que afetaram a Europa e, em 2012, começou a avaliar onde
cortar custos para reverter o déficit no orçamento de 2011. Os
rendimentos foram de US$308 milhões em 2011 enquanto os gastos foram de
US$326,4 milhões.
A
maioria dos gastos públicos vai para salários e outros custos com
pessoal. O relatório afirma que os rendimentos e condições de vida dos
trabalhadores são comparáveis aos dos que trabalham em Roma.
O
Vaticano é financiado por diversas fontes, incluindo investimentos,
aluguel dos imóveis e doações. Uma coleta anual nas dioceses somada a
doações diretas vai para um outro fundo usado diretamente pelo papa para
caridade, desastres e ajuda a igrejas em países em desenvolvimento,
segundo o CIA, o World Factbook. As doações aumentaram entre 2010 e
2011, segundo a CIA.
O
orçamento do Estado da cidade do Vaticano inclui a receita dos museus,
correio e venda de souvenir. A receita também aumentou entre 2010 e 2011
por causa do aumento no número de horas de funcionamento dos museus e
do maior número de visitantes, segundo o relatório.
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