quarta-feira, 24 de julho de 2013

POLÍTICA - O relativismo ético.

O relativismo ético

22/07/2013 |
Fernando Brito
Tijolaço
A Globo, campeã da moralidade, é pega sonegando impostos, sob o acobertamento do restante da mídia e, pior, sob o silêncio cúmplice das instituições que deveria ser intransigente com os dinheiros públicos.
Joaquim Barbosa, o campeão da moralidade, depois de alguns flagrantes de mordomia, é apanhado numa operação “jeitosa” de abrir uma empresa na Flórida para comprar, com menos impostos, um apartamento em Miami.
E agora, o Conselho Federal de Medicina entra na Justiça para derrubar o programa “Mais médicos”, do Governo Federal. Uma atitude, diz o CFM no Estadão, para evitar que esses médi­cos sejam “jogados”na periferia das cidades ou em locais longínquos do País, sem nenhum con­trole de sua capacidade técni­ca”, advertindo que essa “é uma atitude, no mínimo, temerária, para não dizer criminosa”.
Curioso é que o mesmo CFM, quando tratou da questão ética do relacionamento entre a categoria e as oligopolizada indústria farmacêutica, “desistiu” de impor limites éticos mais severos ao financiamento de congressos e eventos médicos por parte dos laboratórios, limitando-se a proibir que fossem dados “mimos” mais caros e que se pagassem, também, as atividades de lazer e de acompanhantes.
Neste caso, o presidente do Conselho disse à Folha: “Foi o máximo que conseguimos fazer. Era isso ou nada”.
Pois é, nem sempre se pode fazer o ideal, não é?
O curioso é que o CFM não toma igualmente medidas duras a respeito de outros temas muito mais preocupantes em termos de saúde pública.
Como o noticiado este final de semana pela CartaCapital: o de que aqueles laboratórios “bonzinhos”, que financiam as viagens para os – importantes, ninguém nega – fizeram com que o preço das vacinas necessárias â imunização de crianças tenham aumentado em 2700% o seu preço em 10 anos, segundo levantamento da insuspeita (ou será que já virou suspeito?) organização Médicos sem Fronteiras?
Um dos laboratórios responsáveis por esta estúpida alta de preços é o Pfizer, que o nega, dizendo que está “ comprometida em tornar suas vacinas disponíveis para crianças e adultos em todo o mundo”.
Certamente, como deve estar comprometida com a comercialização de seu Viagra, tanto que patrocina o XII Congresso da Sociedade Latinoamericana de Medicina Sexual.
Onde?
Em Cancún, México.
Hipócrates é isso aí…

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