14/09/2013
Dilma não deve ir a encontro com Obama
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
COLUNISTA DA FOLHA
A presidente Dilma Rousseff deve cancelar a reunião com o presidente
americano Barack Obama, marcada para ocorrer no dia 23 de outubro.
A decisão, que ela já estava propensa a tomar,
foi reforçada ontem, depois de um encontro que a petista teve com o
conselho político informal com o qual costuma se reunir regularmente.
Fazem
parte do grupo o ex-presidente Lula, o presidente do PT, Rui Falcão, o
ex-ministro Franklin Martins, da Comunicação, e o publicitário João
Santana, que se reuniram com Dilma ontem em Brasília na Granja do Torto,
uma das residências oficiais da Presidência.
Praticamente todos manifestaram a opinião de que a presidente deveria
abortar a viagem aos EUA. O país espionou o Brasil e comunicações da
própria presidente com auxiliares. Até agora, não pediu desculpas, não
deu explicações convincentes e até deu a entender que manteria a prática
de monitorar o país.
De acordo com um auxiliar direto de Dilma, ela ainda terá uma conversa
com o chanceler Luiz Alberto Figueiredo antes de sacramentar e anunciar a
decisão.
Ele
esteve nesta semana em Washington para uma reunião com representantes
do governo Obama e deve fazer um relato mais detalhado da conversa à
presidente.
Mas a possibilidade de Dilma manter a reunião, a essa altura, é
extremamente remota, de acordo com o mesmo auxiliar. "Ela já queria
cancelar a viagem e está praticamente decidida. A não ser que os EUA
apresentem alguma explicação clara, o que até agora não ocorreu".
Para
que a presidente mantivesse o encontro, "seria preciso o Obama vir ao
Brasil pedir desculpas, ou algo equivalente", nas palavras do
interlocutor de Dilma com quem a Folha checou a informação.
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