quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

CONDUÇÃO POLÍTICA, ESCOLHA POLÍTICA.

Você é capaz de dizer agora o nome de algum membro do Comitê de Política Monetária (Copom)? Não vale o presidente do Banco Central, no Brasil uma função política, em nível ministerial. A verdade é que ninguém sabe quem são os caras que decidem a taxa básica de juros. Que decidem portanto o destino de dezenas de bilhões de reais no Orçamento Geral da União. É por isso que o Copom pode fazer o que fez ontem: manter a taxa de juros real básica em mais de 8% ao ano, num cenário de forte desaceleração e de recuo generalizado dos preços. O Copom fez isso para mostrar quem é que manda. Já escerevi aqui quão desmoralizada está a crítica do PT ao "neoliberalismo", quando o governo do PT terceiriza para os representantes dos bancos a condução da política monetária num país atemorizado pelas nuvens negras da recessão e do desemprego. Mas este post não é para repetir coisas velhas. É para lançar uma sugestão. Se o Copom se conduz politicamente, ele deveria então ser escolhido politicamente, num processo democrático. A idéia de que o Banco Central deve ser autônomo subentende que ele deve ter autoridade operacional, e não política. Porque se for para o BC ter autoridade política seus membros deverão ser indicados pelo povo. A verdade é que no Brasil criou-se uma superestrutura monstruosa de agências estatais que não se subordinam ao poder político democrático. E que portanto se transformam num braço (a mais) da plutocracia. O que era apresentado como uma vantagem da modernidade, revelou-se uma aberração, pois se criaram esferas de poder político que não se respondem a ninguém. Ou, como no caso do Copom de hoje, respondem a quem acham que devem responder, o que é muito pior. Uma triste realidade, com a qual aliás o PT, o PSB, o PDT e o PCdoB convivem maravilhosamente bem. Um espanto, essa nossa esquerda.
Fonte: Blog do Alon.

Um comentário:

Anônimo disse...

BC autônomo = o BC é quem manda.

Pois se ele tem o poder de controlar a quantidade de dinheiro circulante, emitindo (ou não) moeda... o banqueiro Rothschild uma vez atestou: "Dê-me o controle da moeda de um país que eu não me importo com quem faz suas leis".