A proposta do Partido Verde (PV) à Marina Silva - eleita senadora pelo PT do Acre - para que concorra à presidência da República pela legenda dos verddes nas eleições de 2010, vem recebendo uma cobertura que merece a atenção dos leitores.
Nessa semana, o Estadão publicou duas matérias. Uma é sobre os desafios da senadora, caso aceite o convite dos Verdes, onde traça um breve perfil de suas principais idéias, obviamente, com destaque às discordâncias entre Marina e as posições adotadas pelo governo Lula.
Além do perfil, onde ressalta sobretudo a religiosidade de Marina e sua posição contrária a questões como o aborto e a Lei de Biosegurança, a simpatia pelo criacionismo e a ausência do debate econômico em suas declarações, a senadora é apresentada como a rendição do Partido Verde.
Em outra matéria, o jornal garante na própria manchete "filiação de senadora dará identidade a Partido Verde". O que essa matéria oculta - e como! - é que a legenda já tem identidade sim: aos 23 anos, o PV tende hoje a parcerias com o PSDB e o DEM.
Sem falar que esta reportagem do Estadão, erra (e feio) ao afirmar que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, é do PV. Não é, nunca foi, meus caros. Minc é e sempre foi filiado ao PT, pelo qual é deputado estadual no Rio.
Além da mistificação desse novo PV, não há nenhuma linha sobre a aliança dos Verdes com PSDB-DEM em São Paulo, no Rio e em diversos Estados e capitais. As reportagens do jornal, não tenham dúvidas, estão bem ao gosto da "nova via", tecla preferida por eles para apresentar os Verdes.
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